Anfavea: “Brasil não pode ir à conferência do clima enquanto taxa carros elétricos”
Na visão de Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, país precisa começar 2022 com o sistema tributário adequado a novas tecnologias de propulsão
O presidente da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos), Luiz Carlos Moraes, voltou a defender a redução no imposto de importação para carros elétricos ou a hidrogênio. A NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) que estabelece em até 7% o imposto para esses veículos vence em dezembro e, caso não seja renovada, as alíquotas subirão para 35%.
O executivo afirma que o governo precisa ser ambicioso e dar mais atenção à indústria automobilística para acelerar a descarbonização do transporte. “Precisamos parar de pensar apenas na arrecadação e enxergar o tema com um olhar mais amplo, do ponto de vista da sociedade, da economia e do meio ambiente”, disse o presidente da Anfavea.
Segundo um estudo recente da Anfavea e do BCG (Boston Consulting Group), com o desenvolvimento dos pilares certos para a descarbonização do transporte (regulação e incentivos, investimentos, tecnologias, infraestrutura e análise do custo total de propriedade), em 2035, 62% dos veículos novos vendidos no Brasil terão algum grau de eletrificação. Para isso, seriam necessários investimentos de R$ 14 bilhões no setor nos próximos anos, além da melhoria da eficiência energética do país para atender a demanda de consumo para recarga.
Do contrário, no ritmo atual, em 15 anos apenas 32% dos novos veículos seriam eletrificados. O presidente da associação também voltou a defender a renovação da frota de caminhões e apontou a eletrificação de veículos pesados como um caminho para acelerar a descarbonização. “Estamos bastante esperançosos que nas próximas semanas seja discutido com o governo, finalmente, depois de 20 anos, o projeto piloto para a renovação da frota de caminhões”, afirmou Moraes.
Do Automotive Business