Outubro Rosa e o cuidado de si

Ao longo da pandemia de Covid-19, as mulheres tiveram suas rotinas ainda mais intensificadas no cuidado com outros. Impulsionadas a estarem com as pessoas que adoeceram, a redobrarem os cuidados na limpeza em suas casas, acompanharem familiares nas hospitalizações, acabaram diminuindo o cuidado de si.

Foto: Divulgação

Segundo o Ministério da Saúde, houve uma queda de 23,4% na realização de exames preventivos. Temos 60% das mulheres aguardando o fim da pandemia para retomar consultas de rotinas. Considerando os mais de 60.000 casos de câncer de mama que são detectados anualmente no Brasil e seu nível de incidência entre as mulheres, podemos medir os possíveis impactos. 

Muitos projetos foram adiados, muitas visitas evitadas, e esta vida em suspenso também levou ao adiamento das idas ao médico para prevenção de doenças. No caso do câncer de mama, foco da campanha do Outubro Rosa, a questão do tempo é fundamental para o tratamento.

Além disso, a desigualdade econômica influencia diretamente os índices de cuidados com a saúde das mulheres. Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e canadenses aponta que mulheres com maior renda, ensino superior e residentes em regiões urbanas aderem mais comumente aos exames de mamografia. O que nos provoca a importância para que este debate seja realizado por toda a sociedade. 

É nossa responsabilidade identificar as dificuldades de acesso, esclarecer e estimular a prevenção de adoecimentos. Neste sentido, esta campanha do Outubro Rosa de 2021, pede um chamado coletivo. A saúde da mulher precisa retomar seu lugar e ampliar seu alcance. É tempo de estímulo à prevenção de nossas mães, filhas, amigas, colegas de trabalho, e de nós mesmas.