Senadores votam relatório final da CPI da Covid

Pedidos de indiciamentos subiram para 81, sendo duas empesas. Comissão também pede suspensão de contas de Bolsonaro por disseminação de fake News

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Durante todo o dia de ontem, os senadores integrantes da CPI da Covid discutiram a versão final do relatório que apura responsabilidade do governo federal na condução da pandemia que já resultou em mais de 600 mil vítimas. Até o fechamento desta edição, a votação ainda não havia sido encerrada.

Na versão atualizada do parecer final, o relator Renan Calheiros (MDB-AL), a pedido dos colegas, incluiu mais 13 nomes na lista de sugestões de indiciamentos, no total são 81, sendo duas empresas. No texto final também foi incluído um novo capítulo sobre a política externa do governo federal em pandemias, e aprofundados os capítulos sobre a crise do Amazonas e sobre a população negra.

Fake News

Antes da leitura do relatório final, a comissão aprovou requerimentos que pedem a quebra de sigilo telemático das redes sociais de Bolsonaro, além da suspensão de suas contas e uma retratação. A solicitação foi motivada pela live em que o presidente associa, de maneira mentirosa, a vacina contra Covid-19 ao desenvolvimento do vírus da aids.

A CPI também aprovou o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso Nacional se posicione sobre o tema.

“Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. Como o presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar?”, questionou Aziz.

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Genocídio de povos indígenas

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) fez um apelo ao relator para inclusão no relatório do crime de genocídio de povos indígenas. De acordo com o senador, mais de 1,2 mil indígenas perderam a vida na pandemia, pelas políticas criminosas do governo Bolsonaro.

“O crime de genocídio de indígenas é um grupo específico e podemos imputar dois crimes: contra a humanidade e também o genocídio de povos indígenas. Temos inúmeros documentos provando a omissão do governo federal, que só agiu após determinação do Supremo. Então, faço mais um apelo para que coloque isso no relatório, pois 1.200 indígenas perderam a vida. Se o Ministério Público entender que o crime contra humanidade absorve o crime de genocídio, vou entender”, defendeu o parlamentar.

Pedido de indiciamento de Heinze

Outro ponto de destaque foi o pedido de indiciamento do senador, também integrante da CPI, Luis Carlos Heinze (PP-RS).  A Inclusão do nome foi requisitada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Segundo ele, o parlamentar gaúcho disseminou notícias falsas durante as sessões da comissão.

O pedido foi acatado pelo relator. “Apesar das advertências, o senador Heinze reincidiu aqui todos os dias apresentando estudos falsos, negados pela ciência. E pela maneira como incitou ao crime em todos os momentos queria, nesta última sessão, dar um presente à Sua Excelência, que será o 81º indiciado desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, afirmou Renan.

Com informações da Rede Brasil Atual