Sindicato participa de lançamento do filme Marighella em assentamento do MST na Bahia
Agenda envolveu contato com indígenas, quilombolas e plantio de duas mil árvores no Bosque Marighella, inaugurado na ocasião
Representantes dos Metalúrgicos do ABC participaram sábado, 6, da exibição especial do filme Marighella no assentamento Jacy Rocha, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Prado, extremo sul da Bahia. Cerca de 900 pessoas estiveram presentes.
Na oportunidade, o secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges, e o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, também participaram do plantio de duas das duas mil árvores no Bosque Marighella, inaugurado na data. Antes da exibição do filme, houve uma plenária dos Povos de Terreiro, Indígenas e Quilombolas e em paralelo, ocorreu a Feira Agroecológica.
Após o filme, foi realizado um debate com a equipe de produção, liderada pelo diretor Wagner Moura. Entre os presentes estavam Maria Marighella, neta do guerrilheiro, e o ator Bruno Gagliasso, que vive o delegado Sérgio Paranhos Fleury.
“Esse convite muito nos honrou por ser também uma atividade de resistência dos movimentos sociais, indígenas e quilombolas. O contato com esses grupos, com a juventude e com os artistas do filme foi muito enriquecedor para nós. O Sindicato sabe do papel que tem, o que representa e que deve propor e participar de ações em busca de uma sociedade melhor. É isso que estamos fazendo”, destacou Moisés.
O dirigente ressaltou ainda que durante o evento, eles puderam conversar com o diretor da plena da CUT Bahia, Messias Dias do Vale, agricultor familiar. “Foi também uma oportunidade importante para discutirmos projetos conjuntos para que o movimento sindical possa estar junto a outros movimentos com o objetivo de organizar as lutas que virão”.
“Toda ida ao MST é um aprendizado, ainda mais nessa ocasião com representantes de todo o país. Aprendemos muito e percebemos que a luta já está colhendo frutos, são muitos jovens engajados, aprendendo e trocando com os mais experientes para encarar essa nova realidade”, declarou Marquinhos.
Wagner Moura
O diretor do longa ressaltou a importância do encontro. “Apresentar o filme nesse assentamento nos dá a sensação de que finalmente o filme encontra com seu público. O MST nos inspira e essa é uma noite que faz com que ser artista tenha sentido, que signifique algo”.
Filme censurado
O filme, que conta a história do deputado e guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), inimigo número um da ditadura militar, teve sua estreia cancelada no Brasil em 2019. Era o primeiro ano do governo Bolsonaro e o longa, que deveria entrar em cartaz em 20 de novembro daquele ano, marcando os 50 anos da morte do protagonista e Dia da Consciência Negra, ficou durante dois anos sem data de estreia.
Naquele momento Marighella já era exibido em festivais de cinema em todo o mundo e tinha acabado de ser aplaudido no Festival de Berlim. No Brasil, Bolsonaro ameaçava colocar um “filtro”, na Ancine (Agência Nacional do Cinema), como condição para não extingui-la.
A estreia no Brasil ocorreu na última quinta-feira, 4, nas principais salas de cinema do país.
Com informações do MST e do Brasil de Fato