Metalúrgicos do ABC reforçam proteção de dados dos sócios, com base na LGPD
Além de investir em sistemas de controle para garantir mais segurança aos trabalhadores, Sindicato também cobrará adequação à Lei das empresas da base
Os Metalúrgicos do ABC estão adequados à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), de 2018, que regulamenta o uso e tratamento de dados pessoais para proteger contra vazamentos e uso indevido. Com o intuito de dar ainda mais segurança aos seus sócios, o Sindicato investiu em sistemas de controle e também cobrará das empresas da base que a lei seja implementada.
O assunto foi debatido ontem durante reunião da direção plena. O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, destacou que a proteção dos dados pessoais é prioridade.
“Estamos modernizando nossos meios de controle, investindo em sistemas de segurança como prioridade, trata-se de responsabilidade e cuidado com as informações dos nossos sócios. Aqui os dados estão protegidos. Essa legislação é muito nova, mas este Sindicato sempre esteve à frente de moldar o debate à necessidade dos trabalhadores”.
O dirigente ressaltou ainda que as empresas serão cobradas sobre a importância de se adequar à LGPD. “Queremos avançar também na regulação do que as empresas fazem com os dados, cobrar responsabilidade. Sabemos muitas empresas não têm tido o cuidado com a proteção dessas informações”.
Base de dados
Durante a reunião, o advogado João Vicente Caixa d’ Água, ex-metalúrgico do ABC, detalhou como as empresas utilizam as bases de dados e lembrou que atualmente eles vão muito além de nome, endereço e telefone e que são um poderoso instrumento para a busca de consumidores.
“Durante muito tempo a propaganda utilizava desses dados mandando um panfleto ou até mesmo fazendo um telefonema. Com o passar do tempo, isso foi se aprimorando, com o advento da internet essa propaganda foi mais longe. Hoje, além de querer atrair nossa atenção, querem ganhar o coração dos internautas”.
“A mineração de dados é feita através das grandes empresas de tecnologia, como Google, Amazon, Apple e Facebook. Temos uma base de dados gigantesca, e a navegação, utilizando esses meios, faz com que as empresas saibam o que te interessa, o que você curte, o que você compra, e a partir disso eles criam as bases de dados”, detalhou.
Alerta sobre o uso de dados nas eleições
O advogado também explicou como, a partir desses dados, a comunicação é direcionada nas eleições, por exemplo. “A comunicação bolsonarista não investe só nessas ferramentas, mas também constrói algumas bolhas. Nós não recebemos determinadas propagandas, mas chega para o eleitorado dele. O cara que gosta de arma vai receber uma propaganda direcionada para isso, já o que é contra o aborto vai receber outra que lhe agrade”.
“Esse nível de comunicação levou o mundo a dois exemplos que acenderam uma luz de alerta sobre o uso de dados. Um deles foi o Brexit, feito através de análise de dados do Facebook e construído com um discurso exatamente como aquelas pessoas queriam ouvir. Outro caso foi a eleição de Trump (EUA), que também utilizou de dados para fazer a sua campanha, falando exatamente o que os eleitores queriam ouvir”.