Trabalhadores na Volks aprovam mudanças no Acordo Coletivo e mantêm garantia de emprego até 2025

Proposta foi negociada pelo Sindicato por conta da crise dos semicondutores que afeta a produção na montadora

Foto: Adonis Guerra

Em assembleia realizada na tarde de ontem, os trabalhadores na Volks, em São Bernardo, aprovaram um aditivo no acordo coletivo vigente, negociado entre o Sindicato e a montadora.

A negociação foi realizada devido ao cenário apresentado pela empresa, que alega um excedente de cerca de 2.350 trabalhadores (450 devido ao fechamento do terceiro turno e 1.900 que estão em layoff) com objetivo de evitar demissões, mantendo a garantia de emprego até o término da vigência do acordo, em 2025.

Houve mudanças na composição do PDV (Programa de Demissão Voluntária), no índice que será aplicado na data-base, em março de 2022, e no pagamento do Convênio Médico, que será totalmente quitado pela empresa.

Foto: Adonis Guerra

Crise dos semicondutores

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, destacou a crise dos semicondutores que afeta fortemente a indústria automobilística. “É essa condição que nos traz aqui, os próximos meses serão extremante críticos na Volks, tem parada na planta de Taubaté e aqui a produção diminuiu. O terceiro turno não tem perspectiva de retorno pelo menos até o segundo semestre de 2023. Diante dessa situação, nosso papel como sindicato é nos antevermos aos problemas e tentar resolver de forma que dê alguma tranquilidade ao trabalhador”. 

“As empresas automobilísticas entraram nesse mercado há 10 anos, não tínhamos carros com esses equipamentos todos. A eletrônica está inclusive nos carros que hoje já não são mais populares, porque um carro de 90 mil reais não é popular. As automobilísticas não são as clientes preferenciais dessas empresas de semicondutores. No caso de semicondutor, a briga é de cachorro grande. As montadoras estão perdendo porque a Apple e LG têm mais peso”, detalhou.

Foto: Adonis Guerra

Garantia de emprego

Na avaliação do coordenador geral da representação na montadora, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, o mais importante foi manter a garantia de emprego, neste momento de falta de componentes e pandemia. “Essa é a importância de fechar acordos de longo prazo. Nos dá condições de acompanhar passo a passo cenários diversos, como este que estamos vivendo hoje por causa da falta de semicondutores”.