Estimativa é de alta no número de desempregados no Brasil em 2022
“Nossa luta será para reverter essa situação”, afirma secretário-geral do Sindicato
Os Metalúrgicos do ABC iniciaram o ano com uma mensagem de esperança para toda a categoria (Tribuna edição 4874), porém destacando que, mais uma vez será necessário fazer a luta, já que o cenário atual é preocupante, com inflação e desemprego em alta e miséria batendo à porta de muitas famílias.
O ano de 2021, conforme detalhado na edição de ontem no infográfico do Dieese (pág. 2), fechou com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 10,16%, sendo que o aumento mais sentido no bolso dos brasileiros foi o da gasolina com alta de 47,5% e do café que passou dos 50%.
Já o desemprego ficou em 12,1%, atingindo 12,9 milhões de pessoas. Além desses, 25,6 milhões não têm carteira assinada e trabalham por conta própria. Ainda segundo os dados apresentados pelo Dieese, o salário mínimo necessário em 2022 seria de R$ 5.800,98. Hoje o valor está em R$ 1.212.
Mais desemprego
Relatório lançado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) na última segunda-feira, 17, mostra que o cenário pode ficar ainda pior este ano. Segundo a Organização, o Brasil terá 14 milhões de desempregados em 2022. A projeção está acima do nível pré-pandemia, em 2019, quando o Brasil tinha 12,4 milhões de desempregados. A OIT diz ainda que o nível de emprego não deve retornar tão cedo, o patamar de 2019 deve voltar somente em 2023 ou 2024.
Contra o que a classe trabalhadora terá que lutar?
O secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges, destacou que é preciso ter claro contra o que a classe trabalhadora terá que lutar para que a trajetória seja vitoriosa.
“Começamos o ano falando de esperança, mas estamos diante de problemas sérios trazidos dos últimos anos. O mundo não muda num toque de mágica porque virou o calendário. Os problemas do ano anterior nos acompanham, o dragão da inflação comemorou a virada do ano em alta e chega mais forte em 2022, assim como o desemprego”.
“Precisamos cobrar que haja políticas para o desenvolvimento da indústria e para geração de empregos. Também precisamos exigir programas para a diminuição da miséria, que já atinge parte considerável do povo brasileiro. Para essas mazelas que só ampliam a desigualdade no Brasil, o atual governo não apresenta solução alguma”.
Moisés questionou e chamou a categoria a refletir sobre a política econômica de Paulo Guedes, ministro da Economia.
“Nós pensamos em melhorar tudo isso, mas eles pensam assim? Paulo Guedes virou o ano pensando numa política de geração de emprego? Em combate à fome? Neste governo tem algum projeto para a indústria? É isso que precisamos combater”, finalizou.