Mobilização popular e desenvolvimento econômico
O modelo de desenvolvimento econômico iniciado a partir de 1930 refletiu as contradições sociais e os conflitos políticos da sociedade brasileira em diferentes conjunturas. Apesar de exitoso na promoção da industrialização e do crescimento econômico alçando o país ao grupo das 10 principais economias do mundo, ele foi limitado na promoção de uma sociedade de bem-estar social.
Essa limitação resultou num grande tensionamento em várias conjunturas políticas, como no início dos anos 1960, em que se enfrentaram forças da esquerda aliadas a setores nacionalistas progressistas que defendiam a soberania brasileira, a democracia, a ampliação de direitos sociais e o combate à pobreza em oposição aos setores conservadores de direita e de extrema direita aliados do capitalismo internacional que queriam impedir qualquer possibilidade de uma país soberano e de um governo democrático e popular que acabasse com os privilégios da elite.
O resultado foi o golpe militar de 1964 que interrompeu e reprimiu o processo de mobilização popular que atingia todo o país.
As lutas sociais no contexto da redemocratização do país no final dos anos 1970 criaram as condições para a ampliação de direitos e de espaços de participação popular articulando as demandas democráticas e sociais que se traduziram na Constituição de 1988. Essas conquistas começaram a ser duramente atacadas já nas eleições presidenciais de 1989 por setores conservadores que viam na adoção das políticas neoliberais a alternativa de modernização para o país.
Essa disputa esteve presente também nas eleições seguintes e será o centro do debate da eleição deste ano. A história tem nos mostrado que a mobilização política é um vetor fundamental para a viabilização de políticas de interesse popular. Na atual conjuntura esse pressuposto deve ser um grito de “esperançar”, nos termos de Paulo Freire, que precisa ecoar alto em todos os cantos do país.
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