Mulheres na política: a experiência do Chile
As mulheres têm desempenhado um papel destacado na luta pela redemocratização e ampliação de direitos na história recente do Chile.

Desde os grandes protestos das jovens estudantes secundaristas, em 2001 e 2006, somado aos protestos universitários em 2011 que ocuparam as ruas da capital chilena pelo reconhecimento da educação como um direito social. Desses protestos emergiram importantes lideranças, que foram eleitas para o parlamento chileno, formando a “bancada estudantil”.
As grandes manifestações de 2018 e 2019, que levaram milhões de pessoas às ruas, ganhando ares de convulsão social que se estendeu até 2020, só interrompida pela chegada da pandemia da Covid-19, tiveram nas mulheres as grandes protagonistas das jornadas por democracia e melhores condições de vida. As ex-líderes estudantis, como Camila Vallejo, se uniram às mulheres de origem Mapuche que também ocupavam as ruas, mais uma vez, contra a opressão, a discriminação e o racismo presentes na sociedade chilena desde a violência dos colonizadores espanhóis até os dias de hoje.
A vitória de Gabriel Boric nas eleições presidenciais de dezembro 2021 e a nomeação de 14 mulheres para o seu ministério foi o coroamento de um longo processo de lutas em que as mulheres tiveram um protagonismo fundamental. As combativas mulheres chilenas são exemplos para toda a América Latina, mas elas só estão começando a retomar o fio da história, ainda há muito para refazer e mudar nessa longa estrada que foi pavimentada com desigualdade, injustiça e violência.
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