Moisés Selerges, trabalhador na Mercedes, faz primeira assembleia na montadora como presidente do Sindicato

O presidente destacou os desafios do mandato, a importância do respaldo dos trabalhadores e a situação da empresa, que no mês passado anunciou férias coletivas

Foto: Adonis Guerra

O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, esteve ontem na Mercedes, em São Bernardo, em assembleia com os companheiros e companheiras dos três turnos. Trabalhador na Mercedes, na área de pintura, essa foi a primeira assembleia na montadora, após assumir a presidência, em 29 de janeiro deste ano.

Na ocasião, além de lembrar sua trajetória, também destacou os desafios do mandato, a importância do respaldo dos trabalhadores e a situação da empresa, que no mês passado anunciou férias coletivas por falta de peças para atender a demanda do mercado.

Foto: Adonis Guerra

Para que sejamos felizes

Aos jovens trabalhadores, deixou um recado. “Espero que vocês tenham uma carreira formidável aqui dentro da fábrica, que consigam realizar seus sonhos, que consigam comprar casa, colocar os filhos na universidade. Todo trabalhador merece ter comida na mesa, ter uma família feliz. Trabalhamos a vida toda para que vocês sejam felizes. Como presidente do Sindicato vou lutar por isso e conto com o apoio de cada um de vocês, e vocês contem com o Sindicato, pois temos muita luta pela frente”.

Foto: Adonis Guerra

Comitê de luta

Moisés lembrou que o Comitê Sindical na Mercedes, conquistado em 1984, é fruto de muita luta, resistência e greve e aproveitou para apresentar oficialmente Sandro Vitoriano como o coordenador da representação.

“Pretendo fazer um excelente trabalho e sei da responsabilidade que tenho. A união da classe trabalhadora é sempre um desafio nesses momentos sombrios e difíceis pelo qual o país atravessa. Dentro da empresa temos que entender que somos uma classe, a classe dos trabalhadores, e temos que manter a unidade”, afirmou Sandro.

Foto: Adonis Guerra

Produção de caminhões

Moisés ressaltou que a produção na fábrica está em alta, mas esclareceu que não é porque a economia no Brasil vai bem. “Ocorre que no ano que vem entra em vigor uma nova legislação ambiental (Euro 6 – conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel) e quando acontece isso, ocorre uma antecipação de compra porque o caminhão no ano que vem vai ficar mais caro”, disse ao destacar que em 2011, pelo mesmo motivo, foram fabricados na planta 78 mil caminhões. 

Foto: Adonis Guerra

Porém o presidente destacou que a Mercedes, assim como outras montadoras, sofre com a crise de falta de peças, principalmente dos semicondutores.

“Estamos vivendo um problema de abastecimento, sabemos que hoje a fábrica tem centenas de caminhões incompletos porque não tem peça para finalizar o veículo”.