Golpe civil-militar de 1964: entender para não repetir jamais

Há 58 anos, no dia 31 de março de 1964, por meio de um golpe militar, o Brasil sofria um dos capítulos mais tristes da sua história política, com a instauração da ditadura civil-militar que se prolongou até 1985.

A ditadura interrompeu um ciclo de grandes mobilizações populares em torno das reformas de base, propostas pelo governo de João Goulart, que incluíam as reformas bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária, eleitoral e universitária.

No aspecto político, com a reforma eleitoral, pretendia-se estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das forças armadas, como marinheiros, cabos e os sargentos. Reivindicava-se também uma participação mais ampla do Estado na vida econômica e na promoção da soberania nacional exercendo um controle maior sobre os investimentos estrangeiros no país, mediante a regulamentação das remessas de lucros para o exterior.

A reforma agrária era a prioridade do governo com objetivo de alterar a estrutura do campo dominada pela grande propriedade. O conservadorismo da bancada ruralista impediu que a reforma avançasse. João Goulart, com amplo apoio do movimento sindical, promoveu uma grande manifestação no dia 13 de março no Rio de Janeiro, o conhecido “Comício da Central do Brasil”, que reuniu 200 mil pessoas buscando angariar apoio popular para as reformas e pressionar o Congresso para aprová-las.

A resposta da nossa elite aos anseios populares por mudanças foi articular-se com os militares e golpear a democracia, reprimir o povo e implantar a ditadura. Esse foi o último recurso para manter seus privilégios de classe e impedir que o país rompesse sua trajetória histórica pautada na desigualdade social.

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