CUT entrega a Lula a Plataforma com propostas de interesse da classe trabalhadora
A Direção Nacional da CUT lançou na manhã de ontem a Plataforma para as Eleições 2022. O documento foi entregue ao ex-presidente Lula, durante reunião da direção da Central.
A Plataforma é uma síntese de propostas de interesse da classe trabalhadora, que abrange desde desenvolvimento econômico e sustentável até a valorização do trabalho, com políticas de distribuição de renda, geração de emprego de qualidade, inclusão social e democratização das relações de trabalho.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, lembrou que é tradição da Central debater os problemas do Brasil e elaborar propostas. Também reforçou a importância da criação dos comitês de luta em defesa da vida e da democracia.
“Precisamos conversar com o nosso povo, o Brasil está nessa situação por conta do individualismo exacerbado, do ódio que foi propagado, e não tem saída para o povo que não seja o contrário disso. Precisamos de solidariedade, amor, companheirismo e luta. Por isso nos desafiamos a criar 6 mil comitês de luta em defesa da vida e da democracia”, explicou.
“Esses comitês precisam praticar a solidariedade, virar um ponto de arrecadação, se aproximar das comunidades, informar os motivos de o país estar nessa situação, e isso é muito importante”.
Pauta dos trabalhadores
O ex-presidente Lula criticou as medidas que retiraram direitos dos trabalhadores e lembrou que será preciso mudar o Congresso para conseguir aprovar as pautas da classe trabalhadora.
“Eles impuseram o trabalho intermitente, inventaram uma ‘Carteira Verde e Amarela’, uma série de coisas que conseguiram iludir uma parcela muito grande da população”.
“Qualquer coisa que a gente quiser fazer vai ter que passar pelo Congresso Nacional, e vocês sabem que a eleição de deputados, deputadas, senadores e senadoras passa a ter muita importância neste país. Se a gente não mudar o Congresso Nacional, é muito difícil imaginar que vamos fazer as reformas que precisamos fazer”, completou.
‘Abrasileirar’ o preço dos combustíveis
Lula também frisou a necessidade de ‘abrasileirar’ o preço dos combustíveis. Ele lembrou que o argumento utilizado para fatiar a BR era de que faltava concorrência e que na hora que tivesse, a tendência seria o preço baixar.
“Hoje temos 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos a preço de dólar e vendendo a preço de dólar. Em 2008, quando houve a crise econômica, o petróleo chegou a US$ 147 por barril e aqui no Brasil a gasolina era R$ 2,60. É por isso que costumo dizer que é preciso ‘abrasileirar’ os preços da Petrobras”, completou.