Tribuna Metalúrgica: um jornal para conversar com o trabalhador

Em julho de 1971, em plena ditadura militar, foi publicado a primeira edição da Tribuna Metalúrgica. O jornal nasceu para ser a voz do trabalhador, conforme anunciado naquela edição assinada pelo jornalista Antônio Carlos Felix Nunes. Nos primeiros anos, o jornal era mensal, com oito páginas. Em alguns períodos semanal e, em outros, não teve periodicidade definida. Durante algumas greves, circulou quase de forma clandestina. Era comum o jornal ser levado para dentro da fábrica às escondidas embaixo dos uniformes dos trabalhadores.

Em 1979, a Tribuna ganhou um Suplemento Informativo. O boletim diário que trazia detalhes das greves desempenhou um papel de destaque na organização das metalúrgicos do ABC. A partir de 1986, tornou-se efetivamente diário. Com a unificação dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema à base territorial de Santo André em 1993, a Tribuna Metalúrgica passou por mais uma importante reforma gráfica: manteve o formato tabloide e começou a circular com quatro páginas.

No ano 2000, ganhou quatro cores e, em 2005, passou a ser impressa no formato germânico, o atual. Hoje, com o nome original Tribuna Metalúrgica, a publicação é distribuída na porta das fábricas de terça à sexta-feira. De março a julho de 2020, por conta da pandemia Covid-19, continuou sendo produzida, mas as edições foram disponibilizadas apenas de forma online.

Atualmente, além das pautas da categoria, a publicação vem abrindo espaço para temas mais amplos. Sempre com o foco em informar os trabalhadores sobre questões sociais, políticas e econômicas que pautam os ideais Metalúrgicos do ABC. Atendimento pelos números 4128-4256 e final 4205.

Primeira edição
é publicada em julho de 1971 com periodicidade mensal.

Antônio Carlos Félix Nunes
,

jornalista, inaugura a Tribuna com diretoria da época, com Paulo Vidal como presidente da
entidade, e fica 11 anos à frente do jornal, de 1971 a 1982.

Tribuna dos Trabalhadores e Tribuna dos Metalúrgicos
foram outros dois nomes cogitados para o jornal.

João Ferrador
é a solução pensada na época para facilitar o contato com os trabalhadores na base. Como
editoriais, cartas eram escritas e dirigidas a autoridades do governo pelo então
personagem.

Sombra
é outro personagem criado anos depois pelo jornalista Júlio de Grammont. O Sombra
contava o que acontecia nas fábricas, denunciando chefias autoritárias.

Prêmio Vladimir Herzog,
de Direitos Humanos, é conquistado em 1988. Em 1995, a Tribuna recebe ainda premiação
da editora Oboré e da Secretaria do Trabalho.

Valentina
é a personagem mulher criada para representar as metalúrgicas do ABC. Ela foi lançada em maio de 2015 pela Comissão das Metalúrgicas do ABC.

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