44 anos da greve na Scania

Neste 12 de maio, o Sindicato comemorou 63 anos de sua fundação. São mais de seis décadas de lutas e conquistas que marcaram a história do sindicalismo brasileiro e da própria história política do país.

Foto: SMABC

Entre as muitas lutas, uma das que mais se destacou foi a greve na Scania de 1978, deflagrada numa sexta-feira no mesmo dia do aniversário do Sindicato. Essa greve é considerada o ponto inaugural em que o novo sindicalismo entrou em cena e começou a mudar a história política do país.

Em um dos momentos do curso com militantes na Scania ocorrido nesta semana, de 10 a 13 de maio, no Centro de Formação Celso Daniel, um dos líderes da greve, Augusto Portugal, chamou a atenção para a importância da mobilização dentro da fábrica e a discussão sobre o arrocho salarial no período da ditadura militar feita com os trabalhadores de forma permanente e cuidadosa por causa da repressão. Portugal lembrou que “a greve foi organizada de forma clandestina, com boletins debaixo do uniforme e mobilização nos banheiros”.

Portugal também comentou sobre a assembleia dos trabalhadores ocorrida no pátio empresa no dia 16 de maio, que decidiu pela volta ao trabalho diante da promessa de 20% de aumento, que no transcorrer dos dias foi descumprida pela empresa, que “roeu a corda” pela pressão exercida pela Anfavea, o sindicato patronal do setor automotivo, o que deixou as lideranças da greve desgastadas diante dos trabalhadores. Ele também lembrou que foi a primeira vez, após o golpe de 1964, que ocorreu uma assembleia sindical de trabalhadores dentro de uma fábrica.

Politicamente a greve na Scania foi vitoriosa e contagiou os trabalhadores de todo o Brasil, que nos anos seguintes também cruzaram os braços. Foi a grande referência de luta que inaugurou um novo momento de mobilização popular pela democracia no país.

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