Sindicato debate com poder público, empresários e universidades o futuro da indústria no ABC

Seminário tem por objetivo estabelecer compromisso envolvendo todos os atores para recuperar a indústria na região

Foto: Adonis Guerra

O seminário ‘Futuro da Indústria no ABC’ organizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC reuniu ontem, no auditório da USCS, gestores públicos da região, sindicatos, universidades, empresários e representantes de entidades para debater os caminhos para o real desenvolvimento da indústria. A secretária de Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo, Zeina Latif, representou o governo paulista.

O diretor executivo do Sindicato e presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou que o encontro tem por objetivo estabelecer um compromisso envolvendo todos os atores para recuperar a indústria e em seguida envolver outros segmentos como comércio e serviços. 

Foto: Adonis Guerra

“Todos sabemos que a indústria nacional vive um momento de desmonte. São Paulo sente mais que o Brasil, e o ABC sente mais que todo mundo porque somos mais industrializados. Queremos pactuar com todos os atores regionais e com o governo do Estado os próximos passos. É preciso encarar de frente os problemas e não perder mais tempo para recuperar a indústria da região”.

“O resultado do encontro é a construção de um Fórum da Indústria do ABC com participação dos trabalhadores, indústrias, prefeituras, universidades, além do Consórcio, Agência, Sebrae e governo do Estado para elaborar um pacto regional para o futuro do desenvolvimento econômico da região”, concluiu.

Desenvolvimento responsável

Foto: Adonis Guerra

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, reforçou que, mais do que discutir políticas para a indústria, é necessário discutir a economia como um todo e apresentar caminhos. “A indústria não é vista hoje em dia como uma questão estratégica para os governantes que estão aí, basta ver os números. A indústria de transformação que já representou por volta de 1/3 do PIB do país, hoje não representa 10%”. 

“Mais do que discutir a indústria e a economia, temos que mostrar caminhos. E o ABC tem histórico de mostrar caminhos. Queremos o crescimento da indústria de forma responsável com o meio ambiente, queremos debater empregos, tecnologia, várias frentes para sair da situação que estamos. Precisamos de políticas que tragam investimentos, por isso é fundamental a presença de todos os atores no debate”. 

O futuro já chegou

Na parte da manhã, o presidente da Ciesp (Centro da Indústria do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, apresentou a palestra ‘Macrotendências da indústria, o quadro da indústria hoje e as perspectivas do Brasil e do mundo’. O dirigente apresentou tendências no setor industrial até 2040, falou sobre as inovações tecnológicas que já estão em uso nos ramos têxtil, químico, farmacêutico, energético, automobilístico, entre outros. Além de apresentar novidades relacionadas à cibersegurança, medicina, energia e agricultura. 

A palestra chamou a atenção dos trabalhadores que questionaram sobre a diminuição de postos de trabalho e o fato das inovações serem acessíveis a uma parcela muito pequena da população.

Na parte da tarde, empresários e professores apresentaram números, levantamentos, problemas e possíveis oportunidades relacionadas à demanda, logística, linhas de crédito, infraestrutura, meios de divulgação, aproximação das universidades com o mercado e necessidade de desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Diagnóstico de 2007 a 2019

Indústria no ABC

Sofreu redução de 37%

Indústria de transformação

A indústria de transformação, que representava 13% da indústria no estado de São Paulo caiu para 8,4% 

Indústria automotiva

Só a indústria automotiva teve queda de 51% no mesmo período