Trabalhadores na Fris Moldu Car vão receber indenização após 15 anos de luta

Em 2018 foi anunciada vitória na justiça, porém a liberação do montante para a efetivação dos pagamentos só ocorreu agora

Foto: Adonis Guerra

A luta na justiça para chegar à vitória foi longa. Passaram-se 15 anos até a assembleia da última sexta-feira, 15, quando o Sindicato anunciou aos cerca de 300 trabalhadores o recebimento da indenização pela falência e fechamento da empresa Fris Moldu Car, em 2007.

Em março de 2018 o Sindicato realizou assembleia com os trabalhadores para anunciar a vitória judicial, porém a liberação do montante para a efetivação dos pagamentos só ocorreu neste ano.

O processo judicial com 16 mil páginas vem sendo acompanhado de perto pelo departamento jurídico do Sindicato, que representa 393 trabalhadores. Foi resultado de muita luta daqueles que, apesar da demora, não deixaram de acreditar, como lembrou o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira.

Foto: Adonis Guerra

O dirigente citou o ditado “a justiça tarda, mas não falha”, porém lembrou que no caso da Fris, a justiça tardou e também falhou em alguns momentos. “Sempre que acontece isso é com o povo mais pobre, seja numa questão trabalhista como essa ou em tantas outras situações. O que não pode tardar nem falhar é a nossa esperança, nossa determinação de lutar e acreditar sempre. O mundo é de quem vai em frente e luta para conquistar, foi assim que chegamos a isso. Contem sempre com este Sindicato”.

Trabalhadores e Sindicato juntos

Foto: Adonis Guerra

O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, lembrou o histórico que levou à falência da empresa e destacou a determinação dos trabalhadores junto ao Sindicato.

“Parabéns aos que acreditaram por todo esse tempo. A luta do Sindicato junto a vocês vem desde 2003, quando a empresa começou a atrasar salários. Todo o processo trouxe muito sofrimento aos trabalhadores, mas acompanhamos tudo e estivemos juntos o tempo inteiro. Hoje, após 15 anos, essa batalha está chegando ao fim. Agradeço a cada um que confiou no nosso trabalho”.

Trabalho árduo 

Durante todo esse período, de forma voluntária, os ex-CSEs Edison Ferreira da Costa e Damião Ferreira Nunes estiveram à frente representando os trabalhadores e catalogaram todas as fichas que foram abandonadas pela direção da Fris.

“Lá no início, se não tivéssemos tido o apoio daqueles que ficaram com a gente no acampamento dia e noite debaixo de sol, chuva e frio, não teríamos conseguido manter os equipamentos dentro do prédio que se transformam agora em valores reais para que todos possam receber. Durante todo esse tempo, o que nós pudemos fazer foi feito com bastante amor e carinho. Essa luta mostra que não foi em vão. Que todos possam usufruir com bastante saúde os valores recebidos”, ressaltou Edison.

Histórico

A falência da Fris foi decretada em 2013. O imóvel e o maquinário foram leiloados em 2015. Em 2007, quando a crise na empresa se agravou, os trabalhadores montaram acampamento na porta da fábrica para garantir que nada fosse retirado do local. Permaneceram lá por mais de dez meses.

Ao longo do processo, o juiz que cuidava do caso foi preso e condenado a oito anos de prisão por corrupção.

Contato

Os trabalhadores na Fris que não compareceram à assembleia do dia 15 de julho ou não assinaram os documentos necessários, como a procuração atualizada, por exemplo, precisam entrar em contato com urgência pelo e-mail: falenciafris@smabc.org.br.