Medo

É um estado emocional que aparece quando há a percepção de um perigo em potencial. Você pode não ter medo de tsunami, mas pode ter medo de um bandido.

Esse estado é individual. No entanto, vários exemplos podem ser dados de pessoas espalhando e incutindo medo em outras, tornando-o coletivo.

No filme “A vida é bela”, o protagonista, um pai judeu, está com seu filho pequeno e precisa convencê-lo que estão participando de uma grande brincadeira para tentar sobreviver naquele campo de concentração. Neste caso, o medo extremo que o pai sente é suplantado pelo amor ao filho, dominando seus pensamentos e raciocínio para que conduza o garoto para longe da vista dos guardas.

O risco biológico pode ser visível nos seus efeitos, como quando na peste negra metade da família era jogada morta na rua. Ou, no início da Aids, mostravam os artistas definhando para a morte (Cazuza).

Um estudo da OMS mostrou que, por causa do medo da pandemia, houve um aumento de 25% da prevalência de ansiedade e depressão, o que está relacionado com todos os elementos de uma pandemia (incerteza, medo de morrer, isolamento, desânimo, nervosismo etc).

Com isto, a mesma organização já orientou seus países membros a investirem mais no tratamento e prevenção neste estado calamitoso em saúde pública, 90% destes já perceberam o fato e estão investindo na área. Se a pandemia serviu para algo, mostrou que, mesmo em países mais desenvolvidos, apenas 2% do orçamento em saúde era gasto com saúde mental. Um quadro que agora deve mudar.

O bolsonarismo hoje usa o medo de golpe militar, ou de não haver eleições, para manipular a opinião pública, inflamar seus seguidores e tentar fazer com que quem não está com eles se acovarde e se cale. Nós conseguimos a vacina, o auxílio emergencial e várias campanhas de solidariedade. Não se acovarde e não acredite em tudo: até o ano novo, mentiras serão emitidas para enganar incautos e irritar aqueles que, como eu e você, já estamos com o estado emocional um tanto abalado.