Cultura e sindicalismo

O sindicalismo ao longo do tempo soube valorizar a cultura como forma de ação e expressão da classe trabalhadora.

Foto: Adonis Guerra

Os anarquistas nas primeiras décadas do século XX, por exemplo, foram um dos pioneiros em utilizar o teatro e a literatura como formas de expressão cultural, artística e de conscientização política.

Educação e cultura eram inseparáveis paras os anarquistas e anarco-sindicalistas. Um dos aspectos mais fecundos da educação anarquista é o desenvolvimento intenso de criações coletivas de peças teatrais, jornais, contos, poesias, literatura. Criaram diversos centros de cultura, todos eles veículos pedagógicos por excelência, voltados à formação dos trabalhadores e à disseminação da consciência contra a exploração econômica e a dominação ideológica.

No período de industrialização crescente entre os anos 1940 e 1960, os sindicatos também lançaram mão de eventos culturais e esportivos, como forma de arregimentação de militantes e formação política. Eram organizados eventos esportivos como campeonatos de futebol, boxe, remo, entre outras modalidades de esporte populares entre os trabalhadores. Também eram promovidos bailes e concursos de calouros nos finais de semana, festa junina, entre outras atividades.  

Com a luta pela redemocratização, ainda em plena ditadura, a cultura é retomada pelo sindicalismo brasileiro no seu cotidiano e nas suas lutas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, por exemplo, incorporou o tema da cultura nos seus congressos e a sua imprensa sempre hospedou grandes cartunistas e fotógrafos, além de noticiar e difundir cultura. Criou grupos de teatro, como o Grupo Forja, promoveu bailes de carnaval e concursos de poesia, campeonatos de truco e futebol, cine pipoca, festival de rock, entre outras iniciativas.

No momento em que vivemos uma guerra cultural contra os valores solidários e coletivos que promovem a justiça social e a cidadania, a melhor resposta é estimular e dar vazão às mais variadas formas de expressão cultural da classe trabalhadora. A retomada com a Engrenagem Cultural pelo Sindicato é mais do que bem-vinda em tempos de obscurantismo. 

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