85 anos da UNE (União Nacional dos Estudantes)

Durante o Estado Novo (1937-1945), pressionou o governo de Getúlio Vargas a se posicionar a favor dos aliados, contra o nazismo, ao mesmo tempo em que se engajava na luta pela redemocratização do país.

A UNE participou da campanha do petróleo, em 1953, no segundo governo de Getúlio Vargas, apoiou as reformas de base propostas no governo de João Goulart (1961-1964) e, em 1962, lançou o projeto “UNE volante”, que percorreu o Brasil durante dois meses e criou os CPCs (Centros Populares de Cultura), que tiveram enorme impacto político e cultural entres os estudantes e as populações carentes em diversos pontos do país.

Um dos primeiros atos da ditadura militar (1964-1985) foi metralhar e incendiar a sede da UNE na praia do Flamengo ainda nas primeiras horas do golpe. A entidade caiu na ilegalidade e suas lideranças passaram a ser perseguidas. Mesmo assim, a UNE liderou, em 1968, a passeata dos 100 mil, no dia 26 de junho, no Rio de Janeiro, que contou com a participação de artistas e intelectuais.

Os estudantes estiveram presentes também na greve dos metalúrgicos do ABC e se solidarizaram com os grevistas arrecadando dinheiro e alimentos, que foram doados ao fundo de greve. 

Neste momento de obscurantismo político em que o atual governo flerta com o autoritarismo, a sociedade brasileira, de forma ampla e plural, se mobiliza pela preservação da democracia.

Para Bruna Brelaz, a primeira mulher negra e da região amazônica a ocupar a presidência da UNE, “o aniversário da entidade acontece em momento emblemático e histórico. Não há como falar de educação, recursos para universidade, emprego, políticas públicas, redução da miséria, sem falar de democracia”.

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