Para atender a demanda de carros elétricos, são necessárias 50 novas minas de lítio

A demanda por baterias de carros elétricos, segundo o relatório, vai saltar de menos de 0,5 TWh por ano, em 2021, para 3,5 TWh em 2030

A mineração de lítio, elemento-chave na fabricação de baterias para carros elétricos, vive em meio a uma corrida mundial por suprimento de matérias-primas às fabricantes de baterias em diversas partes do mundo. A pressão vem também das montadoras de automóveis, que têm metas fixadas de substituição de carros a combustão por elétricos nos próximos anos — 2030 é considerado um marco para a transformação da indústria automobilística global.

Recente relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) lançou sombras sobre a viabilidade dessa trajetória nos próximos oito anos. Diz que centenas de novas minas são necessárias para atender à demanda de metais para as baterias elétricas — além do lítio, são fundamentais na fabricação níquel, cobalto e outros materiais críticos.

Conforme a EIA, precisa haver uma expansão correspondente a dez vezes para garantir suprimento até 2030. O relatório aponta que terão de ser construídas mais 50 minas de lítio, 60 de níquel e 17 de cobalto nesse período para se alcançar as metas de emissões líquidas de carbono.

Segundo a agência, a demanda por baterias de veículos elétricos (EV) crescerá de 340 giga-watts/hora (GWh) atuais para mais de 3.500 GWh até 2030. Por isso, se vislumbra uma grande pressão por suprimento até lá. A avaliação é que terão de ser feitos investimentos adicionais no curto prazo, principalmente na mineração, onde se leva mais tempo para entregar do que em outros elos da cadeia de suprimentos.

Do Valor Econômico