Crise de fornecedores pode entrar no 4º ano em 2023

Guerra na Ucrânia e instabilidade econômica criam cenário nebuloso para a indústria

A pandemia do coronavírus causa enormes problemas na cadeia de fornecedores automotivos desde 2020. E, ao que tudo indica, a crise dos semicondutores parece estar longe do fim. A guerra na Ucrânia dominou os noticiários em 2022 e representou outro duro golpe na dinâmica da indústria. É por isso que a crise no setor caminha a passos largos para o quarto ano.

De acordo com um levantamento feito pela PwC, 42% dos fornecedores relataram algum tipo de problema financeiro no primeiro semestre de 2022, ante uma taxa de 27% em 2021. Esse volume quase iguala os 45% de fornecedores que haviam relatado dificuldades financeiras em 2020, quando a primeira onda de Covid-19 paralisou fábricas pelo mundo.

Além da crise dos semicondutores, a instabilidade nos preços das matérias-primas está tirando o sono dos fornecedores. A situação, que já era desafiadora, só ficou pior com a guerra na Ucrânia, que ainda parece longe de terminar. Michael Robinet, diretor executivo da divisão automotiva de serviços da S&P Global Mobility, afirmou que a inflação e a crise dos microchips já deram sinais de melhora nas primeiras semanas de 2023. No entanto, o cenário ainda deve seguir crítico durante o ano.

“Em vez de um interruptor de liga-desliga, estamos diante de um interruptor do tipo dimmer. A situação dos chips melhorou sensivelmente e isso deve seguir ocorrendo neste ano. Mas é ingenuidade pensar que estamos livres desse problema”, ponderou. Considerando a resistência desses fatos e as incertezas no cenário econômico global, os fornecedores estão se preparando para diversos cenários em 2023.

Do Automotive Business