Indústria automobilística defende taxa para importação de carros elétricos
O mercado de carros eletrificados no Brasil teve vendas de 4,5 mil unidades em janeiro, número maior do que o registrado em todo o ano de 2018. Foi o melhor resultado para o mês desde 2012, quando a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) começou a divulgar dados mensais do segmento.
Em 2022, as vendas de modelos 100% elétricos, híbridos plug-in e híbridos somaram 49,3 mil unidades, alta de 40,8% em relação ao ano anterior. Com crescimentos consecutivos nos últimos 10 anos, mas com fatia de apenas 2,5% das vendas totais de automóveis e comerciais leves no ano passado, os modelos elétricos começam a incomodar a indústria automobilística local.
Embora defenda a ampliação do mercado para que montadoras se sintam atraídas a produzirem elétricos no País, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende, para o futuro próximo, o fim da isenção do Imposto de Importação (II) de forma generalizada. A ideia é repetir o que ocorreu na vigência do programa Inovar-Auto, quando fabricantes de carros premium que anunciaram a construção de fábricas no País tinham direito a uma cota de importação de veículos isentas do II.
“É preciso definir uma regra que beneficie modelos de baixa produção, mas principalmente para quem tem fábrica local”, afirma o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Para ele, “manter uma regra solta posterga investimentos ou eles vão para outros países porque aqui o II é zero”. Leite defende que seja adotada uma medida para o médio e longo prazos que traga previsibilidade às empresas agora para o País ter uma indústria competitiva no futuro.
Do O Estado de S. Paulo