Com dias e chips a menos, montadoras repetem produção de 2022
Feriado e fábricas paradas criaram cenário de estagnação nas linhas de montagem no bimestre
As montadoras instaladas no país produziram 313,8 mil unidades no primeiro bimestre do ano, volume similar ao produzido em igual período em 2022 – cerca de 0,8% a mais. Na segunda-feira, 6, a Anfavea, associação que as representa, apontou velhos conhecidos como responsáveis pela estagnação na produção de veículos: falta de peças e consequente paralisação das linhas.
Dos 59 dias corridos até o fim de fevereiro, as montadoras ficaram 31 deles sem atividades, disse o presidente da entidade Marcio de Lima Leite. Pararam três fabricantes, dentre as quais a Volkswagen, que concedeu férias coletivas em três de suas quatro unidades, e a General Motors, que ficou 20 dias sem produzir o compacto Chevrolet Onix em Gravataí (RS).
Ainda que tenha ocorrido paradas em algumas montadoras de veículos leves, a produção de modelos do segmento parece não ter sentido tanto o impacto da falta de chips. Ainda mais se considerarmos que o volume que saiu das linhas até fevereiro foi 4,3% maior do que aquele visto em fevereiro do ano passado, somando 299 mil unidades. Já a produção de caminhões caiu mais de 41% no bimestre na comparação com o mesmo período em 2022, com 12 mil unidades.
Neste caso específico, fora a produção mais lenta por causa da falta de chips, a demanda também interferiu na produção menor. Frotistas têm buscado menos veículos novos no mercado, e as fabricantes ajustaram o ritmo de suas linhas a essa realidade de desaquecimento. As exportações, que costumam servir de apoio em momentos de baixa atividade no mercado interno, chegaram a aumentar nos dois primeiros meses do ano. Mas não foram suficientes, portanto, para reverter o cenário de queda nas linhas de produção.
Do Automotive Business