Sindicato acompanha anúncio de pacote de ações do governo para avançar na luta pela igualdade de gênero

A coordenadora da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC participou ontem da atividade do Dia Internacional da Mulher, em Brasília

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, Dia Internacional da Mulher, em Brasília, um pacote com 25 medidas do governo na luta pela igualdade entre homens e mulheres. No palco, estavam as 11 ministras do governo, a ex-presidenta Dilma Rousseff, a primeira-dama, Janja da Silva, a presidenta da Caixa, Rita Serrano, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e Lu Alckmin.

A coordenadora da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC, Maria do Amparo Ramos, participou da atividade. “A nossa presença nos espaços públicos é essencial para a atuação de um Sindicato Cidadão, propositivo e que acompanha o que acontece além das fábricas para melhorar a vida das trabalhadoras na nossa base e em todo o país”, afirmou.

Respeito

Lula destacou que o Brasil voltou a respeitar as mulheres e voltou para combater a discriminação, o assédio, os estupros, o feminicídio e todas as formas de violência contra as mulheres. Lembrou que três mulheres são assassinadas por dia pelo simples fato de serem mulheres e que um estupro ocorre a cada 10 minutos no país.

“Estamos apresentando um pacote de medidas para colocar um fim nessa barbárie. Mas é preciso ir além do combate à intolerável violência física contra as mulheres. Quando aceitamos que a mulher ganhe menos que o homem no exercício da mesma função, nós estamos perpetuando uma violência histórica contra as mulheres”, afirmou.

“São muitas as formas de violência contra as mulheres. E é dever do Estado, e de toda a sociedade, enfrentar cada uma delas”.

Igualdade salarial

Entre as ações está o Projeto de Lei para promover igualdade salarial para homens e mulheres que exercem a mesma função, que será encaminhado ao Congresso com a inclusão da palavra “obrigatoriedade” de pagamento do mesmo salário.

“Nada, absolutamente nada, justifica a desigualdade de gênero. A medicina não explica, a biologia não explica, a anatomia não explica. Talvez a explicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres. E isso não faz sentido algum. Primeiro porque as mulheres querem igualdade, e não superioridade. E segundo porque quanto mais as mulheres avançam, mais o país avança, e isso é bom para toda a população”, defendeu Lula.

Pacto contra a violência

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, propôs um pacto para enfrentar a misoginia e contou que o governo lançará no próximo mês medidas para o enfrentamento ao feminicídio com ações conjuntas com os estados. “O desprezo e o ódio as mulheres não podem ser naturalizados”.

Entre as medidas anunciadas estão a retomada das obras em 1.189 creches, vagas em cursos de educação profissional e tecnológica a 20 mil mulheres em situação de vulnerabilidade; dignidade menstrual, com distribuição de absorventes pelo SUS; licença-maternidade para integrantes do Bolsa Atleta; crédito e ações dos bancos públicos, incluindo aceleração de startups lideradas por mulheres; criação de grupos de trabalho interministeriais com foco na garantia de direitos das mulheres.