Alemanha pressiona e UE libera venda de veículos a combustão a partir de 2035

País europeu pediu ao bloco exceção para os modelos abastecidos com e-combustíveis

Quando os legisladores da União Europeia votaram pela proibição da venda de carros novos com motor de combustão no bloco até 2035, foi uma vitória histórica para o meio-ambiente. Em fevereiro, o parlamento europeu aprovou a lei, mas a Alemanha, na semana passada, mudou de ideia.

Em uma reversão que surpreendeu muitos membros da UE, o governo alemão decidiu fazer pressão no bloco por uma brecha que permite a venda de carros com motor de combustão além do prazo de 2035, desde que eles funcionassem com combustíveis sintéticos. Na segunda-feira, 27, segundo informações da agência Reuters, a Alemanha venceu a queda de braço. A comissão da UE permitiu que veículos com motor a combustão sejam vendidos a partir de 2035 na região desde que sejam movidos pelos chamados e-combustíveis.

Ainda não estão claras as razões que levaram a Alemanha a pedir esse tipo de excessão, mas, segundo a publicação, ganha força no país o discurso de que o grande vilão dos gases do efeito estufa não é o motor a combustão, mas o combustível. Vale lembrar que a Alemanha é a casa das principais montadoras do planeta, como Volkswagen, Audi e Mercedes-Benz, empresas que já investiram recursos volumosos na produção de veículos equipados com powertrain eletrificado.

A exceção gerou polêmica na UE, e segundo ambientalistas, poderia colocar em risco as metas estabelecidas pela União Europeia: o bloco é legalmente obrigado a se tornar neutro em carbono até 2050, e zerar as emissões de veículos no continente viabilizaria o objetivo uma vez que veículos são responsáveis por boa parte da poluição na região. Outros países europeus, incluindo Itália, Polônia e República Tcheca, juntaram-se à Alemanha para exigir a exceção.

Do Automotive Business