Diesel mais caro diminui preferência por picapes e SUVs

Normal em mercados no exterior, o diesel é um combustível naturalmente mais caro que a gasolina, mas essa não era a realidade no Brasil até recentemente, quando o subsídio para o óleo combustível e o mesmo disparou com a cotação internacional. Assim, ter um carro a diesel se tornou um martírio para quem via no preço mais baixo da tabela dos postos, um motivo a mais para ter uma picape ou SUV de ciclo Diesel.

Pior foi para os transportadores e para quem emprega veículos diesel comercialmente, como caminhões, ônibus, vans e tratores. Obviamente, a mudança radical no preço do diesel, que partiu da casa dos R$ 3,50 de antes da pandemia para R$ 7,50 em 2022, teria seu reflexo nas vendas de veículos. Isso porque os custos aumentaram no geral e a gasolina, antes mais cara, caiu de preço com cortes de tributos como o ICMS, ficando assim longe do valor do diesel.

Assim, em algumas regiões do país, verifica-se na prática a mudança de perfil dos consumidores, com muitos que antes possuíam ou preferiam carros a diesel, passaram a considerar carros híbridos ou elétricos. Ainda que o poder aquisitivo dos compradores de picapes médias e SUVs a diesel seja bastante confortável em comparação os consumidores de carros flex 1.0, por exemplo, o impacto nos gastos com diesel provocaram uma mudança no cenário.

Nos estados do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, por exemplo, sendo dois tradicionais consumidores de veículos diesel, a queda nas vendas chega a 32,27% no último, enquanto o primeiro já verifica uma procura maior pelos híbridos. Em nível nacional, ainda não dá para mensurar a efetiva queda nas vendas de picapes e SUVs a diesel, dado o mês de fevereiro ser fraco naturalmente em relação a janeiro, porém, a mudança em dois estados importantes no consumo desse tipo de combustível, aponta uma virada considerável no cenário.

Do GZH/Correio do Estado