Trabalhadores na Apis Delta e Rassini participam de esquenta para segundo turno da eleição

Membros da Direção e CSEs nas fábricas apontaram que a participação dos companheiros e companheiras fortalece a luta do Sindicato

Foto: Adonis Guerra

Trabalhadores de duas empresas na base participaram ontem de assembleias que deram o pontapé para o segundo turno das eleições dos Metalúrgicos do ABC. A escolha agora é para eleger o presidente, o Conselho da Executiva da Direção, que é composto por 27 membros, e o Conselho Fiscal, composto por seis membros – três titulares e três suplentes. A eleição será nos dias 25 e 26 de abril.

Foto: Adonis Guerra

Pela manhã, a assembleia foi na Apis Delta, em Diadema. O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, pediu o apoio de todos e todas neste momento. “Essa diretoria tem compromisso, empenho, dedicação, não tem tempo ruim nem descanso. Este Sindicato vai lutar todos os dias para que nós trabalhadores possamos ter uma vida melhor”.

“E quando vocês votam também tem o dever de cobrar para que na luta possamos garantir melhores condições de salário e investimentos e, assim, dar condições de vida a todas as famílias de cada trabalhador aqui”, afirmou.

Foto: Adonis Guerra

Dentre muitos pontos levantados, a CSE Andrea Ferreira Sousa, a Nega, lembrou primeiro do assédio que muitas mulheres passam nos mais diversos ambientes. “Muitas de nós somos assediadas em casa, no trabalho, no ônibus. Somos constrangidas e não temos coragem de reagir. Estamos na luta para que não aconteça e para combater isso precisamos de cada uma de vocês”, disse.

“Quando a gente fala do Sindicato, as pessoas pensam que o Sindicato é aquele prédio, mas somos todos nós. A nossa força vem dos trabalhadores associados, que nos gabaritam para negociar com a empresa. Hoje se fala muito de uma taxa de juros e muita gente não sabe nem o que é, mas ela corrói o nosso dinheiro no mercado, no salário. Com a base salarial que nós temos, pagamos no Imposto de Renda. Por isso que precisamos ter um governo popular e cobrar esse governo popular. Nós temos que fazer pressão, temos que dialogar e é para isso que o Sindicato existe”, disse.

Rassini

Foto: Adonis Guerra

Na Rassini, em São Bernardo, o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, apontou a todos que o trabalho da representação sindical é se colocar no lugar do outro. “Muitas vezes o trabalhador não procura o CSE só para reivindicar, mas em muitos momentos procura para confidenciar algo. E o papel do Comitê Sindical é ouvir os trabalhadores e tomar a melhor decisão possível para todos e todas aqui e suas famílias”.

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Claudionor lembrou ainda que o país tem em torno de 16 mil sindicatos, entre os que representam trabalhadores e patrões, mas poucos têm este modelo de representação de CSE (Comitê Sindical de Empresa), que começou no ABC há 24 anos. “A nossa eleição é feita em dois turnos para que os trabalhadores tenham tempo de se organizar e refletir sobre o que querem para sua base. No primeiro turno elegemos a Direção Plena para o próximo triênio em 45 empresas mais um Comitê Sindical de Aposentados”.

Foto: Adonis Guerra

O CSE, Antônio Elandio Bezerra, o Nando, destacou que o primeiro passo para organização no local de trabalho, após a sindicalização, é a participação dos companheiros e companheiras na votação para a escolha da Direção. E todas as conquistas a partir daí são frutos de debate sindical.

“O vestiário das mulheres, ambulância, enfermagem 24 horas, mais mulheres no local de trabalho, PLR, data-base, melhores condições de trabalho e investimentos, tudo passa pelo debate sindical. E o Sindicato tem que organizar isso e não é fácil. Será que a mesma pauta dos homens é das mulheres? Será que o debate do horista é igual ao do mensalista? Olha a dificuldade, mas em nenhum momento a representação deixa de debater com os trabalhadores.  E é por isso que é tão importante fortalecer a representação na fábrica e a participação de vocês no segundo turno nos permite avançar cada vez mais nas nossas conquistas”.