AMA-A ABC participa de atos por ditadura nunca mais

Dirigentes lutam em defesa da verdade, memória, justiça, reparação e democracia

Foto: Roberto Parizotti

Ao completar 59 anos do golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil, uma série de eventos marcou a Semana do Nunca Mais, que terminou no domingo, dia 2. Os dirigentes da AMA-A ABC (Associação dos Metalúrgicos Anistiados e Anistiandos do ABC) participaram de atividades para reforçar a luta em defesa da verdade, memória, justiça, reparação e democracia, além do fim da impunidade.

O secretário-geral da AMA-A ABC, Luiz Soares da Cruz, o Lulinha, e o tesoureiro, João Paulo Oliveira, estiveram na reunião de entidades de anistiados e anistiandos com o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, na última quarta-feira, 29 de março, em Brasília.

Foto: Roberto Parizotti

“Sentimos muita esperança com o andamento das nossas demandas e com a retomada da Comissão da Anistia. O ministro ouviu as entidades e teve uma postura muito humana e acolhedora, de mostrar que estamos juntos por justiça, verdade, memória e reparação, sempre na perspectiva da democracia e dos direitos humanos”, contou Lulinha.

Entre as demandas estão que todos os requerimentos de anistia analisados e as portarias emitidas com indeferimento pelo governo anterior sejam revisados e anulados.

“Existia o que podemos chamar de ‘comissão de antianistia’, a marca de quem não reconhecia que houve ditadura nem crimes praticados contra quem lutava por democracia. Só da nossa entidade tivemos em torno de 70 indeferimentos de pedidos de anistia. Defendemos a celeridade da retomada dos julgamentos, principalmente por conta da idade dos anistiandos hoje”, explicou.

Manifesto Paulista

A AMA-A ABC e entidades de anistiados e anistiandos que integram a Plenária Paulista divulgaram na sexta-feira, dia 31, o manifesto “Ditadura nunca mais! Em defesa da verdade, memória, justiça, reparação e democracia”.

O documento relembra os 21 anos em que militares e a elite atacaram direitos sociais e as lutas por uma vida melhor para o povo desde a Constituição de 1988.

Caminhada do Silêncio

No domingo, dia 2, foi realizada a terceira edição da Caminhada do Silêncio, que teve início na Praça da Paz, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, até o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, em frente ao parque. Movimentos da sociedade civil homenagearam a memória das vítimas da ditadura, fizeram a defesa da democracia e contra a violência.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, destacou que a importância do ato está em relembrar o passado para não o repetir no presente. “Quando a gente fala dos jovens que morrem nas periferias de São Paulo e do Brasil inteiro, da violência policial presente, estamos falando, portanto, desse passado que não passou”.

“Estamos fazendo esse ato de memória para que possamos construir um futuro em que essa violência não ocorra de novo, e para que essa violência não repercuta como tem repercutido na vida de cada um de nós. Nós vimos isso nos atos que aconteceram agora no dia 8 de janeiro, nós vimos nos quatro anos que nos antecederam a esse, ou seja, eles são resultados direto de um país que não consegue lidar com seus traumas”, acrescentou.

Com informações da Rede Brasil Atual