Carro elétrico deve voltar a pagar imposto de importação no segundo semestre
O imposto de importação sobre carros elétricos, que está zerado desde 2015, deve voltar a ser aplicado a partir do segundo semestre deste ano. Ao menos é isto o que tem ouvido nas negociações com o governo sobre o tema os representantes da Abeifa, associação que reúne onze marcas de veículos importados, algumas com operação de montagem no País.
A alíquota sobre modelos híbridos, estabelecida em 2% ou 4%, dependendo do tamanho e eficiência energética do veículo, também deve voltar a crescer na segunda metade deste ano. João Oliveira, presidente da Abeifa, disse que a entidade propôs ao governo a retomada escalonada do imposto de importação, de 2 pontos porcentuais por ano para os BEV, battery electric vehicles, de 4 pontos/ano para híbridos e de 7 pontos/ano para híbridos leves com bateria de 48 V.
O teto deste aumento seria a TEC, Tarifa Externa Comum do Mercosul, de 20%. Assim um BEV levaria dez anos para pagar a alíquota cheia da TEC, que não é praticada no setor automotivo, para o qual o imposto sobre automóveis importados está fixado em 35% há quase três décadas. Fora das exceções a elétricos e híbridos esta é a alíquota aplicada atualmente sobre qualquer carro a combustão trazido de fora do País, exceto os originados em países com os quais o Brasil tem acordos comerciais – caso da Argentina no Mercosul e do México, que não pagam o imposto.
O presidente João Oliveira reconhece que com o imposto zerado as empresas fabricantes não têm nenhuma vantagem para produzir elétricos e híbridos no País, muitas vezes com custos mais elevados do que trazer o veículo importado já montado: “A retomada da taxação pode estimular a produção local, mas só quando os volumes crescerem mais”.
Da AutoData