Em frente ao Banco Central, trabalhadores protestam contra taxa de juros abusiva

Copom iniciou reunião ontem para definir a taxa de juros. Sindicato participou de ato da CUT, centrais sindicais e movimentos sociais na Av. Paulista

Foto: Roberto Parizotti

Com o início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central ontem para definir a taxa de juros, os Metalúrgicos do ABC se reuniram aos representantes da CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais no ato em frente ao Banco Central, na Av. Paulista, em São Paulo. Manifestações exigindo a redução da taxa básica de juros foram realizadas em frente às sedes do BC e em locais de grande circulação de pessoas pelo país.

O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, destacou que a unidade é muito importante para fazer as lutas que forem necessárias. “Se a inflação caiu, se o dólar está caindo, falta cair a taxa de juros. É um absurdo a taxa estar em 13,75%. E se a taxa não cair, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem que cair porque ninguém neste país tem o direito de trabalhar contra o crescimento e o desenvolvimento do Brasil”, defendeu.

Foto: Roberto Parizotti

O dirigente lembrou que o presidente do BC foi indicado pelo governo Bolsonaro e tem independência do governo federal. “Não dá para Campos Neto agir de forma ideológica, ele tem que agir tecnicamente. Todas as condições para a queda dos juros já estão dadas. O projeto que defendia juros altos e retrocesso foi derrotado nas urnas. É hora de olhar para a frente, para o desenvolvimento, o crescimento econômico com distribuição de renda e geração de emprego, mas com essa taxa de juros é impossível”.

“O presidente do Banco Central tem que ter responsabilidade social e agir olhando para o povo brasileiro. A nossa luta tem que ser permanente para que os juros baixem, a economia cresça e o país gere empregos”, afirmou.

Impactos na vida

Além das falas que reforçaram os impactos da taxa de juros alta, com aumento do endividamento dos brasileiros, dificuldades de financiamento e crédito, queda no consumo, na produção e aumento do desemprego, um carro cortado ao meio foi levado ao ato em São Paulo para mostrar que, ao financiar um veículo, metade do valor corresponde ao pagamento de juros.

Uma maquete de prédios também ilustrou que o brasileiro compra um imóvel e, ao final do financiamento, paga por três imóveis por conta dos juros.

Jornada de lutas

Os atos fazem parte da jornada de lutas iniciada na última sexta-feira, dia 16, com passeata da Sede até a Praça da Matriz, em São Bernardo. Na segunda-feira, dia 19, foi realizado um twitaço nas redes sociais para aumentar o compartilhamento de materiais e vídeos sobre os impactos negativos da política de juros altos implementada pelo BC. A jornada segue até o dia 2 de julho.

Após pedido feito em maio, o Sindicato terá audiência com o presidente do BC no dia 19 de julho para defender a queda da taxa de juros.