Impulso a ‘carro popular’ ainda não se reflete no ranking de vendas de automóveis
Com preços mais baixos bloqueados para locadoras, junho acumula queda nos emplacamentos
As medidas de incentivo adotadas pelo governo ainda não estão se refletindo nos licenciamentos de automóveis. De acordo com dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), a média até segunda-feira (19) é de 6.285 unidades vendidas por dia. O número, que inclui veículos leves e pesados, indica uma diminuição de 20,4% na comparação com o mesmo período de maio.
Ao destacar apenas os carros de passeio, segmento em que estão os modelos de menor valor, o resultado é pior: queda de 24,2%, com 4.327 emplacamentos. As empresas, contudo, têm registrado bom movimento nas concessionárias. Neste fim de semana, o volume de recursos solicitados pelas montadoras para automóveis alcançou R$ 320 milhões. Com isso, já foram consumidos 64% do total de créditos tributários concedidos para a aplicação de descontos ao consumidor nessa modalidade.
As explicações para esse desencontro entre os dados estão na ausência das locadoras –que ainda não têm acesso às promoções– e no tempo necessário entre a efetivação da venda e a conclusão dos documentos do carro. Inicialmente, a medida provisória assinada em 5 de junho previa que os consumidores teriam 15 dias de acesso exclusivo às condições mais favoráveis. Esse prazo, que se encerraria nesta terça-feira (20), foi prorrogado por mais 15 dias.
Com isso, os números devem se manter em patamares baixos, por se concentrarem apenas no varejo – que é onde as montadoras obtêm as melhores margens de lucro. O crescimento só será percebido quando a Fenabrave (associação que reúne os distribuidores de veículos) divulgar os emplacamentos separados por “pessoa física” e “pessoa jurídica”. Os resultados de junho serão conhecidos no início do próximo mês.
Folha de São Paulo