Trabalhadores na Zema, em São Bernardo, aprovam acordo de PLR negociado pelo Sindicato
Valor será pago em dezembro, em uma única parcela. Quem ficar sócio do Sindicato até o final de outubro fica isento da contribuição negocial
Os trabalhadores na Zema, em São Bernardo, aprovaram na manhã de ontem PLR (Participação nos Lucros e Resultados) negociada pelo Sindicato com a empresa. O valor será pago em parcela única no mês de dezembro. Quem ficar sócio até o final de outubro fica isento do pagamento da contribuição negocial.
O coordenador de área, Sebastião Gomes de Lima, o Tião, contou que a proposta foi construída em conjunto com uma comissão interna na fábrica, que contribuiu de forma positiva ao desfecho da negociação. “Conhecemos a Zema, sabemos o que ela produz, quem são seus clientes, mas a participação dos trabalhadores dá mais transparência à negociação levando e trazendo informações tanto à mesa quanto aos demais companheiros”.
Durante a assembleia, o dirigente lembrou a luta dos Metalúrgicos do ABC contra a alta taxa de juros nos últimos meses. “Estamos mobilizados pela redução da Selic de maneira permanente. Com a taxa de juros alta, o crédito fica mais caro e, na prática, o banco vai cobrar mais por um empréstimo ou financiamento, o que impede o consumo”, disse.
“Não reduzir de maneira considerável a Selic, apenas meio ponto percentual como o Copom [Comitê de Política Monetária] fez da última vez, dificulta o consumo, trava a produção, não gera emprego, a economia fica estagnada e a população é penalizada sem emprego e sem renda. Todos são prejudicados com essa política, menos os bancos e investidores”. A Selic está hoje a 13,25%.
Mobilização
Segundo o coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, as negociações da Campanha Salarial seguem difíceis em toda a base. “Por isso é importante os trabalhadores estarem mobilizados e seguindo as orientações do Sindicato. Tivemos mais um mês de deflação. O governo está conseguindo segurar os preços dos produtos de consumo e isso faz com que a inflação caia. O que mostra, cada vez mais, a importância de estarmos brigando por aumento real”.
A menos de 30 dias da data-base, 1° de setembro, os metalúrgicos da base da FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) acumularam 3,85% de perdas salariais. O período considerado são os meses entre setembro de 2022 e julho de 2023 com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).