Veículos elétricos vão ganhando tração no mercado nacional
Preços altos e falta de infraestrutura de recarga nas estradas ainda são barreiras, mas a indústria aposta nos modelos híbridos
Reduzir emissões de gases de efeito estufa do setor de transportes entrou na agenda de diversos países, que estabeleceram prazos para o fim da produção de veículos movidos a combustíveis fósseis, fontes do aquecimento global. Na União Europeia, a partir de 2035, nenhum carro com motor a combustão poderá ser vendido nos mercados que compõem o bloco. O Brasil ainda não conta com marco regulatório, embora o governo acene com definição próxima.
Apesar do aumento da frota – nos sete primeiros meses do ano, os emplacamentos de veículos eletrificados cresceram 68,5%, com 39,7 mil –, os preços altos e a deficiência de infraestrutura ainda são barreiras para a expansão. Os números da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) mostram que, apesar de expressivos – na comparação com o mesmo período de 2021, a alta chega a 126% –, a participação ainda é pequena.
Em julho deste ano, os emplacamentos de veículos eletrificados representaram 3,5% do total, mesmo com o aumento de 87% em relação à participação de 1, 9% no ano passado, demonstrando que há um largo caminho à frente a ser percorrido. Na China, eles já representam 25% da frota. Ampliar a circulação de veículos com menos pegada de carbono é relevante para o Brasil cumprir o compromisso assumido no Acordo de Paris de reduzir emissões de CO2 em 50% até 2030 em relação a 2005.
A meta é um desafio, porque o setor de transportes é o quarto maior emissor de CO2 no país, respondendo por mais de 13% das emissões totais no território nacional. O processo de descarbonização, no entanto, está caminhando. Consta da agenda governamental incluir infraestrutura adequada nas rodovias para recarga de veículos elétricos nas próximas concessões ao setor privado, de acordo com o Ministério dos Transportes. Mas até o momento não há definição do modelo a ser adotado, se de veículos híbridos (elétrico/etanol), 100% elétrico, gás ou uma combinação dessas tecnologias.
Do Valor Econômico