Durante reunião em Sorocaba, metalúrgicos decidiram que é chegado o momento de intensificar as mobilizações nas bases
Durante reunião em Sorocaba, metalúrgicos decidiram que é chegado o momento de intensificar as mobilizações nas bases

A FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) reuniu ontem representantes dos 13 sindicatos filiados, na sede do SMetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região) para debater o andamento da Campanha Salarial 2023. O entendimento é que é chegada a hora de intensificar a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras nas bases.
O encontro contou com análise de conjuntura feita pelo presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, que relembrou a trajetória de desconstrução dos direitos da classe trabalhadora brasileira e ressaltou a importância de recompor as perdas salariais.
“É o momento de os metalúrgicos da FEM, além de repor as perdas, recomporem os salários. Segundo estudo do Dieese, mais de 80% dos metalúrgicos que já negociaram suas campanhas este ano conquistaram o aumento real e nas categorias como um todo mais de 70%. A economia está dando sinais de crescimento e, segundo especialistas, deve crescer ainda mais no próximo ano. É hora de os trabalhadores e trabalhadoras conquistarem o aumento real”, ressaltou.
Durante a reunião, foram apresentados índices econômicos pelos técnicos do Dieese mostrando que vários segmentos dentro do setor metalúrgico tiveram crescimento.

O presidente da FEM-CUT, Erick Silva, destacou que os números apresentados serão utilizados como patamar para nortear as próximas rodadas de negociação com os grupos patronais.
“Agora daremos início ao processo de intensificação das mobilizações com realização de assembleias. É hora de colocar o trabalhador em condição de lutar pelo reajuste, também pelas cláusulas sociais, pelo fim do piso de entrada, pela valorização dos pisos e dos tetos e todos os temas de direitos sociais que estão colocados na pauta”.
Segundo o presidente da Federação, em todos os grupos patronais já há algum entendimento e todos eles têm agenda de reunião para as próximas semanas. “Creio que vamos avançar na celebração das cláusulas sociais já nas próximas reuniões e até em ampliação de direitos sociais. O resultado da Campanha Salarial dependerá da disposição de luta, empenho, mobilização e unidade dos trabalhadores e trabalhadoras da base dos metalúrgicos do estado de São Paulo”, finalizou.
Reuniões

A entidade já realizou reuniões com todos os grupos patronais para discutir a pauta de reivindicações. As reuniões aconteceram com as bancadas do G2 (Sinaees e Sindimaq – máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos), Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de materiais não ferrosos), Sifesp (fundição), G8.3 (Simefre, Siamfesp e Sinafer – artefatos de ferro, metais e ferramentas, materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários, artefatos de metais não ferrosos), G3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa – autopeças, forjaria e parafusos), Siniem (estamparia) e Sindratar (refrigeração, aquecimento e tratamento de ar).
O Grupo 10, que abrange, principalmente, micros e pequenas empresas, mais uma vez se negou a realizar as negociações da Campanha Salarial.
Perdas salariais
Os metalúrgicos da base da FEM-CUT/SP acumulam, desde setembro de 2022, 3,85% de perdas salariais com a inflação, levando em conta o Índice de Preços ao Consumidor (INPC). A data base da categoria é 1º de setembro.