Evento no Sindicato debate combate ao racismo no mês da Consciência Negra
Atividade foi realizada pela Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo
No último dia 10, o combate ao racismo e o empoderamento do povo preto foi destaque no debate promovido pelo Sindicato, na Escola ‘Dona Lindu’, na Regional Diadema. A atividade foi realizada pela Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo para marcar o mês da Consciência Negra.
Participaram da conversa o deputado estadual Teonilio Barba (PT), autor do Projeto de Lei que instituiu o dia 20 de novembro como feriado estadual, e a vice-prefeita de Diadema, Patty Ferreira.
O coordenador da Comissão, Clayton Willian, o Ronaldinho, destacou a luta de Zumbi dos Palmares e a importância de excluir do vocabulário do dia a dia termos racistas e extremamente ofensivos como: denegrir, serviço de preto, samba do crioulo doido, a coisa ficou preta, disputar a nega, entre outras.
“Essas são expressões racistas que fazem parte do nosso letramento porque quem sempre dominou o debate foram os brancos. Precisamos estar atentos, excluí-las e passar isso para outras pessoas”.
A diretora executiva dos Metalúrgicos do ABC, Andréa de Sousa, a Nega, reforçou a necessidade de debater o tema. “O Sindicato sempre traz as discussões do dia a dia. É importante que nós trabalhadores participemos dos debates para combater o racismo que ocorre de várias formas na sociedade todos os dias”.
O deputado Barba também ressaltou o racismo estrutural. “Chega de ouvir ‘ele é preto, mas é gente boa’, isso faz parte de um racismo estrutural”. Sobre o feriado de 20 de novembro destacou: “Esse foi um projeto importante que conseguimos aprovar por unanimidade na Assembleia Legislativa, é um feriado para comemorar, para homenagear os negros e negras, é a reparação com os pretos e pretas do estado de São Paulo que foi um dos últimos estados a acabar com a escravidão”;
Patty Ferreira enfatizou o assunto. “Neste mês de conscientização peço que a gente comece a observar mais no entorno, perceber quem são as pessoas, queremos enxergar mais dirigentes negros, CEOs. Essa é uma categoria forte e vocês têm o poder de ajudar a combater o racismo e abrir caminhos”.
“Temos muitas dívidas para reparar. O Brasil foi o último país a considerar a abolição da escravatura, e também foi o que mais deixou o povo preto largado com o fim da escravidão. Vemos isso ao perceber que na periferia a maior parte da população é preta, que os CEOs das empresas não são pretos, notamos isso também no legislativo, executivo, em várias lideranças. Estamos na luta justamente para mudar isso”.
Ela citou ações realizadas na cidade como a reativação da Coordenadoria de Políticas Púbicas para Igualdade Racial, a ouvidoria de crimes raciais e um espaço para cuidar da saúde do povo preto dentro da secretaria de saúde.