Contratações na Scania refletem acordos sindicais e aquecimento do setor
Com demanda em alta, montadora retoma dois turnos com expectativa de recorde de produção
De outubro do ano passado até janeiro deste ano, a Scania, em São Bernardo, contratou 380 trabalhadores. A expectativa é que novas contratações aconteçam ainda no primeiro semestre. Os trabalhadores e trabalhadoras que retornaram das férias coletivas esta semana voltaram a trabalhar em dois turnos.
Segundo avaliações dos dirigentes do Sindicato, representantes na montadora, as contratações são resultado de negociações sindicais e refletem as ações positivas do governo Lula que trazem maior segurança ao setor automobilístico.
O vice-presidente dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na Scania, Carlos Caramelo, destacou a relevância da participação dos trabalhadores e as ações do governo atual.
“Esse momento é uma conquista de todos nós. O governo que apoiamos trouxe mais segurança para o mercado e como resultado direto disso temos o aumento da produção”.
O dirigente elencou algumas medidas que ajudaram a criar esse cenário. “Como exemplo, acertamos ao pressionar o Banco Central pela redução da taxa de juros, o que teve impacto positivo para melhorar o ambiente econômico do país. Além disso, com o crescimento do PIB, temos agora novas oportunidades de negócio, outras medidas são o programa de renovação de frota; de linhas de crédito especificas, e o anúncio recente de uma nova política industrial com debate sobre o conteúdo local”.
Caramelo lembrou que as contratações na montadora são resultado dessas ações, mas também das negociações feitas pelo Sindicato. “Nosso acordo de flexibilidade foi fundamental nos períodos de baixa produção para que os trabalhadores ficassem em casa sem prejuízo salarial. Além da renovação da nossa convenção coletiva de trabalho”.
Para o dirigente, a alta na produção de ônibus e caminhões deverá refletir na cadeia produtiva gerando novas contratações também no segmento.
Aquecimento nas vendas
O coordenador da representação na fábrica, Francisco Souza dos Santos, o Maicon, explicou que no segundo semestre do ano passado já houve um aquecimento na venda de caminhões.
“Muito disso se deu, acredito, por conta da redução da taxa de juros, já que a maioria que compra caminhão, compra financiado. A taxa de juros alta como estava inviabilizava a compra, a redução ajudou a alavancar o mercado de caminhões. A expectativa para 2024 é que possa acontecer um recorde de produção na planta de São Bernardo, acima de 28 mil unidades produzidas”.
“A perspectiva é que ainda no primeiro semestre deste ano mais contratações sejam feitas, que a fábrica volte a produzir em três turnos em alguns setores”, finalizou.