Indústria de ônibus cresce e supera anos de pandemia
Ao que tudo indica o segmento de ônibus já está pronto para dias melhores ao deixar para trás, de vez, o reflexo da pandemia sobre veículos de transporte coletivo, bastante afetados no período. A produção de chassis mais do que dobrou em janeiro, ao avançar 104,1%, somando 1,6 mil unidades. O volume supera não só o primeiro mês de 2023, oitocentas unidades, como os de 2022 e 2021, com 1,3 mil e 1,4 mil unidades, respectivamente. Os números foram divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8.
Na avaliação do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, em 2024 “veremos o crescimento do segmento, com o impacto de licitações do poder público começando a aparecer e, no segundo semestre, o reflexo dos pedidos do Caminho da Escola”. As vendas, que somaram 1,2 mil unidades no primeiro mês do ano, ainda estão 32,8% aquém das de janeiro de 2023, 1,7 mil unidades. A justificativa aqui, porém, é a mesma dada aos caminhões, uma vez que a mudança para Euro 6 também se aplica aos ônibus: nos primeiros três meses do ano passado ainda era permitida a venda de 0 KM com motorização Euro 5.
Outro fator que ajuda a entender o cenário, de acordo com o economista da Anfavea, Vinícius Pereira, é que no primeiro mês do ano passado ainda havia o peso das entregas da fase anterior do programa do governo federal Caminho da Escola. Para este ano a indústria sentirá o efeito da licitação realizada no fim de 2023.
Quanto ao volume de ônibus produzidos em janeiro e vendidos no mesmo mês Pereira disse que esse porcentual está próximo do zero, diferentemente dos caminhões, que está em 2,8%, dentro da normalidade. Com relação às exportações foram embarcados 113 ônibus no mês passado, 61% a menos do que em janeiro do ano passado e 72,8% abaixo de dezembro. O movimento reflete as dificuldades econômicas nos mercados tidos como principais destinos das vendas de veículos brasileiras, que encolheram 43% neste início de 2024.
Da AutoData