O Livre Mercado
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Em medicina o custo do tratamento indica se a pessoa sobrevive ou não. Se você estiver internado com infecção grave, uma bactéria multirresistente a antibióticos, cuja medicação diária custa R$ 3 mil e você tem um convênio que cobre, você sobrevive.
Para tratar o maior número de pessoas, o medicamento precisa ter preço acessível, mas aí entra a questão do lucro do laboratório. Por causa da sanha de lucro e zero empatia com o sofrimento humano, o Brasil quebrou a patente dos remédios usados contra a AIDS, por exemplo. E, se ninguém regula o mercado no sistema capitalista, sempre há alguém da cadeia que vai aproveitar a oportunidade para ter (mais) lucro.
A bola da vez são os repelentes. Consulta de preços do PROCON-SP mostrou aumento de até 84% nestes dois últimos meses (a loção do laboratório mais famoso). Com apenas dois concorrentes e duas linhas principais (loção, líquido e gel para aplicar na pele e o repelente elétrico) não existe muita disputa. Ainda assim, 15% de aumento médio (todos), de dezembro para fevereiro para produtos de validade longa, é muita coisa.
Resolvi escrever sobre o assunto para alertar: repelente não resolve. Sai esfregando na roupa e nos móveis, pelo suor e nem sempre é reconhecido pelo mosquito. Quem já esteve em Ilhabela, litoral paulista, sabe.
O governo faz sua parte com R$ 256 milhões para capacitar profissionais, estados e municípios para atender, tratar, matar insetos e larvas. Mas não se engane: ainda precisamos da ajuda de todos. Continuamos no carnaval dos mosquitos. Acabe com a água parada e estrague o desfile do ZZZ.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente