No Dia de Combate à LER/Dort, Sindicato pede urgência à melhoria nas condições de trabalho

No Brasil, de 2006 a 2022, o maior número de notificações das doenças foi entre trabalhadores de serviços domésticos, seguido de alimentadores de linha de produção

No Dia Mundial de Combate à LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) em debate hoje, os Metalúrgicos do ABC alertam para a urgente melhoria de condições de trabalho contra estas doenças consideradas questões de saúde pública mundial.

Foto: Divulgação

“Às fábricas cabe a responsabilidade de adequar corretamente os postos de trabalho, criar pausas para descanso, diminuir o ritmo de produção, reduzir temperaturas extremas e a pressão por metas, por exemplo”, destacou o coordenador do DSTMA (Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente) do Sindicato, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho.

“Estas lesões são acarretadas por atividades desenvolvidas diariamente no ambiente de trabalho, resultando em dor e sofrimento ao trabalhador o que pode, inclusive, atingir estágios irreversíveis”, disse. “Às CIPAs competem a responsabilidade de fiscalizar e cobrar as melhorias nos postos e em todo o ambiente proporcionando o bem-estar, a segurança, a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.

São consideradas LER/DORTs a tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo e mialgias, dentre outros.

Notificações

Os fatores de risco para a ocorrência de LER/Dort devem ser analisados de forma integrada, mas algumas ocupações estão mais propensas a sofrer estas lesões. No Brasil, de 2006 a 2022, o maior número de notificações da síndrome, de acordo com o Ministério da Saúde, foi entre trabalhadores de serviços domésticos, seguido de alimentadores de linha de produção e operadores de máquinas a vapor e utilidades.

O dirigente lembrou que a alta prevalência de LER/DORT tem sido explicada por transformações no ambiente de trabalho cuja organização se estabelece por metas e produtividade. “O Sindicato e cipeiros estão atentos à adequação dos postos de trabalho e características das empresas. A melhor forma de prevenir esta situação é a avaliação e atenção às atividades que podem desencadear estas doenças”.

Direitos

Para metalúrgicos e metalúrgicas que adquirem LER/Dorts por ter perdido a capacidade laboral, ainda que parcial, o problema deve ser reconhecido pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

“Nestes casos, o companheiro não pode exercer a função no mesmo posto que o adoeceu, sendo necessária a abertura do CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para pedido do auxílio-doença ao INSS. Algumas convenções e acordos coletivos da categoria garantem estabilidade no emprego e este é um dos motivos para que a nossa base avance nas lutas todos os anos pela assinatura das convenções. Este processo só é fortalecido com organização no chão de fábrica e trabalhadores sindicalizados”, contou Gaúcho.

Você sabia?

O Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do Sindicato funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h. O médico do trabalho atende na Sede os trabalhadores de São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Informações e horários, ligue 4128-4208. Em Diadema, o atendimento é pelo número 4061-1062.

O departamento atua na formação de cipeiros por meio de palestras, cursos de saúde e na formulação de ações voltadas à prevenção de doenças e promoção da saúde dos trabalhadores na categoria. Ainda atendimento médico pericial com a finalidade de identificar doenças ocupacionais, estabelecer o nexo com o trabalho e orientar os trabalhadores doentes ou acidentados.