Setor automotivo brasileiro faz o maior ciclo de investimento de sua história
Para quem diz que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval, eu digo que 2024 contrariou totalmente esse ditado. O ano começou como a largada de um grande prêmio, tal a velocidade e a quantidade das notícias que foram se sucedendo nas primeiras semanas, felizmente todas positivas. A mais importante é que o setor automotivo brasileiro está ingressando no maior ciclo de investimentos de sua história. São aportes da ordem de R$ 100 bilhões no atual ciclo.
Esse montante, que deve crescer em breve com novos anúncios, leva em conta investimentos em curso de montadoras instaladas no País, de novos entrantes e do setor de autopeças. Todos esses movimentos confirmam a atratividade do Brasil como polo produtor e exportador dos mais variados tipos de autoveículos, máquinas autopropulsadas e componentes, além de tecnologias e soluções de mobilidade.
Muitos podem não entender os motivos que têm levado a essa onda impressionante de investimentos, num momento em que há ociosidade em fábricas de veículos de todo o mundo, o Brasil incluído. Porém, basta uma análise conjuntural e estratégica para ver como essa aposta de várias empresas no Brasil faz todo o sentido. A atração de investimentos está vinculada ao programa de neoindustrialização anunciado pelo governo, que define políticas industriais e entrega previsibilidade, assim como a credibilidade gerada por medidas estruturantes como a recentemente aprovada Reforma Tributária e o Marco das Garantias.
O cenário econômico brasileiro também proporciona confiança aos investidores, com crescimento do PIB, câmbio estável e queda contínua da taxa de juros. Mas, entre todas essas conquistas, o que mais devemos celebrar é o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que já começa a moldar os passos de todas as empresas ligadas à cadeia automotiva. Ele dá continuidade a dois programas bem-sucedidos, o InovarAuto, de 2012, e o Rota 2030, de 2018. Ambos, a seu tempo, estabeleceram políticas públicas para o setor, trazendo obrigações para a nossa indústria e proporcionando previsibilidade para as empresas investirem em pesquisa, desenvolvimento e inovação local.
Do O Estado de S. Paulo Online/Mobilidade