Obesidade e má nutrição

Um artigo publicado em fevereiro no The Lancet revela que o excesso de peso, fator de risco para dezenas de doenças, é a forma mais comum de desnutrição na maioria dos países.

Em crianças quadruplicaram em três décadas e nos adultos, quase triplicaram. Embora as taxas de baixo peso do planeta tenham diminuído (pela queda da desnutrição), o aumento do excesso de peso e a obesidade são evidentes no mundo.

A nutrição insuficiente é tão ruim quanto o excesso de peso. São duas faces da mesma moeda: a desnutrição causa problemas de saúde ao longo da vida: morte prematura, fraturas ósseas até problemas cognitivos. A obesidade é fator de risco para doenças como o câncer, diabetes e a hipertensão, a qual leva a doenças cardiovasculares. Além disso, na infância, o excesso de gordura aumenta o risco de obesidade na vida adulta e acelera problemas ortopédicos (devido ao peso nas articulações) e metabólicos.

O artigo, que compilou dados de mais de 3.600 estudos e analisou a evolução da obesidade e do baixo peso no mundo entre 1990 e 2022, revela: enquanto caíam as taxas de baixo peso para a idade de um indivíduo (alimentação insuficiente), a obesidade aumentou, tanto em países ricos quanto pobres. O mundo está controlando melhor a desnutrição, exceto em alguns países da África, mas nenhum país do mundo conseguiu reduzir a obesidade.

Os motivos? O estudo não analisa dados, apenas especula, mas aponta o aumento de alimentos ultraprocessados baratos num contexto que facilita a alimentação a qualquer hora, principalmente nos países pobres. É isso que a globalização produziu na alimentação.