Governo dos EUA revisa meta para veículos elétricos e adota solução à brasileira

País flexibiliza meta de composição da frota e abre oportunidade para montadoras escolherem outras tecnologias para motores

O governo dos Estados Unidos revisou a sua meta de adoção de veículos elétricos. Na quarta-feira, 20, o país revelou que o porcentual desses modelos na frota, em 2032, será de 35%, e não 67% como projetado anteriormente. O anúncio ocorre após uma série de críticas feitas por trabalhadores e montadoras instaladas na região, que consideravam não apenas a meta agressiva demais, mas também as obrigações impostas aos motores.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) adotou, então, um esquema regulatório “tecnologicamente neutro”, muito similar ao adotado pelo Brasil nos últimos anos para reduzir as emissões veiculares. No novo cenário, fabricantes de automóveis poderão cumprir os padrões de emissões com soluções já populares por aqui: modelos híbridos, aplicação de turbo compressores e, também, sistema start-stop.

Para o administrador da EPA, Michael Regan, com as novas regras, fabricantes alcançariam as mesmas reduções de gases de efeito estufa que a proposta original feita anteriormente com modelos 100% elétricos. “Deixe-me ser claro: a nossa regra final proporciona a mesma, se não mais, redução da poluição”, disse ele. “Projetamos os padrões para serem tecnologicamente neutros e baseados em desempenho para dar aos fabricantes a flexibilidade de escolher qual combinação de tecnologias de controle de poluição é mais adequada para seus consumidores”.

Alguns ativistas climáticos tiveram uma opinião mais dura, segundo reportagem da agência Reuters. O sindicato United Auto Workers (UAW), que apoiou a campanha de reeleição de Biden, aplaudiu as regulamentações mais flexíveis. Os seus trabalhadores temem que os veículos elétricos custem empregos na indústria automotiva.

Do Automotive Business