Metalúrgicos do ABC participam de assinatura do Mover em Brasília
Expectativa é de que o programa aumente de 1,2 milhão para 1,5 milhão o número de empregos diretos e indiretos gerados pelo setor automotivo
O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, e o presidente da Industriall-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, participaram na manhã de ontem da cerimônia de assinatura da portaria de regulamentação do MOVER Programa Mobilidade Verde, que sucede o Rota 2030. O evento contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na ocasião, Moisés destacou a importância da participação dos trabalhadores nas políticas públicas voltadas à transição energética e cobrou contrapartida das empresas com relação à geração de empregos.
“Defendemos uma transição justa, que os trabalhadores sejam protagonistas nesse processo. Não podemos ser vítimas dessa modernização. É preciso que sejam exigidas contrapartidas por parte das empresas, principalmente no que se refere à geração de empregos. Quantos empregos essa transição vai gerar? Será que nas empresas têm as metas de empregos?”, questionou.
Moisés também reiterou a importância do programa para deixar um planeta melhor no futuro e defendeu o modelo híbrido etanol. “Nós, trabalhadores, sabemos que vivemos uma transição irreversível. Acreditamos que ela é necessária porque temos a obrigação de entregar para as próximas gerações um planeta melhor, essa é a principal causa dessa transição. Também defendemos que a cara do Brasil é o híbrido etanol, acreditamos muito nessa tecnologia e que ela é a melhor para o país”.
Geração de empregos
O vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, apresentou números importantes da pasta e destacou a grandiosidade do Mover. Segundo ele, a expectativa é de que o programa aumente de 1,2 milhão para 1,5 milhão o número de empregos diretos e indiretos gerados pelo setor automotivo no Brasil.
“Esse é o maior programa de estímulo à mobilidade e à descarbonização de toda a história da indústria automotiva. Estimula, com créditos financeiros de R$ 19,5 bilhões até 2028, a descarbonização nas várias rotas tecnológicas, veículos elétricos, híbridos, flex, com inovação e fabricação no Brasil. Assim, beneficia toda a cadeia da indústria de autopeças e também exportação e qualificação dos trabalhadores”.
Matriz para outros setores
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o programa como uma espécie de matriz para outras áreas. “Quero celebrar o que eu penso que começa a formatar um futuro que faz sentido para o Brasil. O país precisa de um plano de desenvolvimento. Nós não seremos uma nação desenvolvida sem um plano de desenvolvimento. Eu penso que esse exemplo que está sendo dado hoje é uma espécie de matriz do que pode ser replicado em outros setores de economia com o mesmo desempenho e com as mesmas perspectivas”.
Pesquisa e desenvolvimento
O Mover cria linha de crédito especial para empresas do setor de mobilidade e logística, com a contrapartida de investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o setor.
O governo assinou uma portaria com requisitos para habilitar empresas ao programa com a exigência de que montadoras de carros leves invistam ao menos 1,8% de suas receitas em pesquisa e desenvolvimento, a partir 2029.