Bogotá é case de sucesso na América Latina no quesito mobilidade eletrificada

Capital da Colômbia se preparou e é dona da maior frota de ônibus elétricos da região, com forte participação da chinesa BYD

À primeira vista, Bogotá é um caos. A capital da Colômbia não tem metrô e seu sistema de VLT será inaugurado apenas em 2028. A cidade demorou a organizar seu sistema de transporte público e ainda há poucas alternativas para a população. No entanto, a capital colombiana está muito à frente de outras grandes cidades da América Latina, inclusive São Paulo, no quesito ônibus elétricos.

A cidade se preparou, de modo inteligente, a fim de mitigar emissões por meio desses veículos. Atualmente, cerca de 1.500 ônibus elétricos, quase todos da BYD, circulam pelas ruas de Bogotá. O número representa aproximadamente 15% da frota total do município. A comparação com São Paulo chega a entristecer um coração brasileiro. Atualmente, a frota da capital paulista é composta por quase 13,3 mil ônibus. Destes, apenas 117 são elétricos.

Os ônibus elétricos que rodam por Bogotá atuam como alimentadores, fora dos corredores do BRT. No entanto, já estão sendo realizados testes com articulados que utilizam tal tecnologia dentro desses limites. Atualmente, são registradas diariamente 1,97 milhão de passagens no BRT e 2 milhões nos alimentadores. Em São Paulo, por exemplo, cerca de 7 milhões de passageiros/ dia utilizam o modal.

Estima-se que o investimento da eletrificação de parte da frota de ônibus de Bogotá tenha sido na casa de R$ 1 bilhão. O montante, vale frisar, serviu tanto para a compra das unidades quanto para a implantação da infraestrutura de recarga. E é aí que, na comparação, a rocha quebra para São Paulo. Ao contrário da capital paulista, Bogotá optou por encetar seu processo de eletrificação da frota não pela galinha, mas sim pelo ovo. A cidade colombiana aplicou recursos em infraestrutura ao passo que adquiriu os ônibus.

Do Automotive Business