Médicos e não médicos

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Duas histórias de dois médicos aqui no ABC. Rodolfo Strufaldi, ginecologista, mastologista, professor-assistente da Faculdade de Medicina no ABC. Ele tinha sido usado para propaganda política, ao ser demitido ao vivo pela TV, pelo então prefeito Orlando Morando, em 2019. O motivo? Atraso no atendimento em uma UBS. Sim, 2019, governo Bozo, sem 90% do Mais Médicos.

Agora o Diário do Grande ABC, ao denunciar dois casos de negligência no Hospital da Mulher, relembra tal fato, obviamente de cunho político, ocorrido com o Dr. Rodolfo. Os dois casos denunciados, realmente não comuns, foram de uma primípara (mulher que estava tendo o primeiro filho) que teve diabetes gestacional, pressão alta e que faleceu durante o parto. No outro, uma compressa foi esquecida após parto e colocação de DIU. Dois casos que realmente necessitam investigação, não escracho do gestor hospitalar.

Rogério Pedreiro era dono de uma clínica de ginecologia em Moema. Não era, no entanto, ginecologista. De 2002 a 2012, ele abusou (violação sexual – sem ameaça, sem penetração) de oito pacientes, duas delas mãe e filha. Julgado, preso em 2019, foi liberado pela justiça (2023). Voltou a trabalhar. Este ano, foi contratado por empresa terceira (terceirização sempre é ruim) para trabalhar na Policlínica Alvarenga. Segundo a enfermeira que trabalhava na unidade, o elemento abraçou-a por trás, passou a mão nos seios e a beijou no pescoço. Ele foi sumariamente demitido logo após. Mas, infelizmente, ela também foi, sob a alegação de que trabalhou mais alguns dias e que seu contrato era temporário.

O assédio e violência ainda persistem em nossa sociedade. Assediadores, violadores, abusadores, médicos que prescrevem cloroquina para vírus não são médicos. Denuncie!

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente