40 anos da Manifestação histórica pelas “Diretas Já”
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No final da tarde do dia 16 de abril de 1984, cerca de 500 mil pessoas se aglomeravam no Vale do Anhangabaú para o comício de encerramento da campanha pelas “Diretas Já”. A campanha exigia o retorno da democracia com eleições diretas para presidente da República por meio da aprovação da emenda “Dante de Oliveira”, prestes a ser votada pelo Congresso Nacional.
A manifestação, animada pelo conhecido locutor esportivo Osmar Santos, incluiu além de políticos, artistas, esportistas, estudantes, empresários e lideranças populares, numa grande frente dos setores democráticos da sociedade brasileira contra a ditadura civil-militar que estava prestes a alcançar duas décadas.
A campanha durou pouco mais de cinco meses e teve seu primeiro comício unificado em São Paulo em frente ao Estádio do Pacaembu, na Praça Charles Miller, reunindo 15 mil pessoas. O público menor do que o esperado frustrou um pouco os organizadores das 70 entidades envolvidas. Quase dois meses depois, no dia 25 de janeiro de 1984, aniversário da cidade de São Paulo, 300 mil pessoas se reuniram na Praça da Sé, numa clara demonstração de que a campanha tinha conquistado a população num curto espaço de tempo, não só em São Paulo, mas em todo o Brasil.
O movimento sindical, liderado pela CUT, fez parte do comitê organizador da campanha, e esteve presente em todas as manifestações pelas Diretas Já, assim como os dirigentes e militantes dos Metalúrgicos do ABC. A emenda para as eleições diretas não foi aprovada pelo Congresso Nacional em 25 de abril de 1984, o dia “em que a nação brasileira ficou de luto”. No entanto, a Campanha pelas “Diretas Já”, sinalizou a necessidade da continuidade da mobilização popular para a defesa da democracia e da cidadania, que se refletiram no processo constituinte e na Constituição cidadã de 1988.
Departamento de Formação