Idade média da frota brasileira cresce dois anos em uma década

A fatia de veículos mais velhos, que rodam no país na faixa de 11 a 15 anos, passou de 15% para 31,3% entre 2014 e 2023

Em 2023, a idade média da frota brasileira aumentou dois anos em comparação com uma década atrás. Nesse período, a presença de veículos mais velhos, que rodam no país entre 11 e 15 anos, dobrou, de 15% para 31,3%. Enquanto isso, a fatia da faixa de até cinco anos de uso, que representava a maioria há dez anos, caiu de 41,7% para 22,6%.

O resultado reflete um quadro que soma um longo período de restrição ao crédito, com altas taxas de juros, efeitos da pandemia na economia e também o “sumiço” do carro popular, que deu lugar a modelos mais sofisticados.  A análise dos motivos do envelhecimento da frota de veículos brasileira compõe a mais recente edição do “Relatório da frota circulante”, uma das mais respeitadas pesquisas sobre o tema e anualmente elaborada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças).

Prestes a ser divulgado, o trabalho serve à comunidade automotiva, principalmente o segmento de peças de reposição. O Brasil fechou 2023 com 47 milhões de veículos em circulação. Com motocicletas, o total vai a 60,4 milhões. A maior parte é de automóveis, com 81,5% (38,4 milhões). Os comerciais leves, como picapes, representam 13% (6,2 milhões), os caminhões, 4,6%, (2,2 milhões de unidades), e ônibus (0,8%), com 388,9 mil.

Do total, 82% dos veículos se concentram em dez Estados, com São Paulo na frente, com 28,5% do total. O estudo do Sindipeças leva em conta os veículos que saem de circulação depois de determinado tempo de uso, seja porque não podem circular mais – “viraram galinheiro de sítio”, como costumam brincar alguns integrantes do setor – ou porque se envolveram em acidentes que resultaram em perda total. O cálculo abrange, ainda, os furtos sem recuperação.

Do Valor Econômico