Importação de carros chineses tem salto no 1º tri

Embarques somam US$ 1,17 bi, em antecipação ao aumento de imposto

A China acelerou as vendas de automóveis para o Brasil no primeiro trimestre, um movimento impulsionado pelo cronograma de elevação progressiva de alíquotas de importação de veículos elétricos e híbridos, que atingirá 35% em 2026. Em janeiro e fevereiro, os embarques atingiram US$ 589,9 milhões.

Em março, foram US$ 580 milhões, elevando para US$ 1,17 bilhão o total nos primeiros três meses de 2024. O valor é mais de metade do que foi vendido ao Brasil em todo o ano passado e mais de cinco vezes os US$ 239,42 milhões em iguais meses de 2023, segundo a Administração Geral de Alfândega da China.

Do total vendido ao Brasil no período, 40,9% são elétricos e pelo menos outros 36,8% são os híbridos conectáveis, que permitem a recarga na rede elétrica doméstica ou em estações de carga rápida. Embora a alta se deva ao aumento da taxa de importação e o ritmo de vendas deva se ajustar à medida que a tributação suba, especialistas não acreditam em queda brusca. Para Tulio Cariello, do Conselho Empresarial Brasil-China, o salto faz parte da estratégia de longo prazo do país asiático.

Os chineses sabem que seus veículos fazem parte de um mercado de nicho crescente, o que converge com o movimento de chegada de montadoras do país ao Brasil, como GWM e BYD. Nesse quadro, cresce a presença de carros chineses nas ruas brasileiras. De janeiro a abril, BYD, CAOA Chery e GWM ficaram com 7% do mercado.

Do Valor Econômico