Metalúrgicos do ABC encampam luta por dignidade à população do Rio Grande do Sul
Mais de 50 toneladas já saíram do Sindicato com destino ao Sul do país levadas por seis caminhões dos Correios
A categoria metalúrgica não foge à luta, seja por salário, melhores condições de trabalho ou para ajudar o próximo. Assim como no período das grandes greves no final da década de 1970, quando os grevistas eram amparados pelo Fundo de Greve, organizado pela própria base, agora também a categoria está mobilizada para contribuir com aqueles que enfrentam uma situação extrema.
“A solidariedade, marca registrada dos metalúrgicos do ABC desde aquela época, se fez presente em diversos momentos, sendo uma das mais significativas durante a pandemia de Covid-19. Agora a atenção está voltada à população do Rio Grande do Sul, estado que teve 90% das cidades afetadas pelas fortes chuvas entre o final de abril e o início deste mês”, destacou o diretor-executivo do Sindicato, Carlos Caramelo.
O dirigente agradeceu a todos que têm participado da campanha. “Mais uma vez os metalúrgicos e metalúrgicas do ABC mostraram que qualquer luta por dignidade e melhores condições de vida será encampada por nós”.
Milhares de doações chegaram das companheiras e companheiros nas diversas fábricas da base para ajudar o povo gaúcho. Até o último sábado, dia 11, foram contabilizadas mais de 50 toneladas que saíram da Sede com destino ao Sul do país levadas por seis caminhões dos Correios.
Na ocasião, o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, na presença do presidente dos Correios, Fabiano dos Santos, agradeceu a parceria. “Eu quero agradecer publicamente, porque se não fosse os Correios, como iríamos fazer para chegar água, alimento, produto de limpeza, de higiene pessoal, e o amor dos metalúrgicos do ABC aos companheiros e companheiras lá do Rio Grande do Sul? Nosso muito obrigado”.
Além dos donativos já enviados, o Sindicato recebeu mais uma quantidade expressiva de doações que está sendo organizada para o próximo lote de emissão.
Atualização dos números
De acordo com o relatório da Defesa Civil, atualizado na tarde de ontem, 615 mil pessoas foram atingidas. São 538,2 mil gaúchos desalojados (em casas de amigos ou parentes) e outros 77,4 mil em abrigos.
O total de mortes desde o início das enchentes, subiu de 147 para 148. A Defesa Civil informou, ainda, que o número de desaparecidos é de 124 até o momento. Há 806 feridos.
Ajuda do Banco do Brics+
A ex-presidente Dilma Rousseff divulgou ontem que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, ou Banco do Brics+), hoje presidido por ela, vai ajudar, com R$ 5,75 bilhões, no financiamento de obras de reconstrução do Rio Grande do Sul.
Suspensão da dívida com a União
O governo Lula anunciou na última segunda-feira, 13, que vai suspender por três anos a dívida do Rio Grande do Sul com a União. A medida consta num projeto de lei complementar (PLC) encaminhado ao Congresso Nacional. A aprovação da medida deve liberar cerca de R$ 11 bilhões para auxiliar na reconstrução do estado. Além disso, o texto vai propor zerar os juros que incidem sobre o estoque da dívida, pelo mesmo período, liberando mais R$ 12 bilhões.