Stellantis aplica R$ 14 bi em MG e deve exportar mais motores
Unidade de Betim terá sua capacidade aumentada para 1,1 milhão de propulsores/ano
A Stellantis reservou R$ 14 bilhões do seu próximo ciclo de investimentos, que soma R$ 30 bilhões entre 2025 e 2030, para a fábrica de Betim (MG), onde produz veículos e, também, motores. Os planos da empresa com os recursos envolvem o custeio do desenvolvimento de novos produtos, dentre eles os modelos que vão fazer parte da futura linha híbrida da fabricante. Na segunda-feira, 20, o presidente da companhia para a América do Sul, Emanuele Cappellano, confirmou que o primeiro modelo híbrido será lançado no país até o final do ano.
Os detalhes a respeito deste modelo seguem ocultos atrás do biombo corporativo. Enquanto a montadora trabalha para desenhar esses modelos híbridos — e desenvolver os fornecedores locais de componentes para eles — há planos mais claros para a produção de motores. A unidade em Betim onde são fabricados hoje os propulsores Firefly, Fire e GSE Turbo, terá sua capacidade ampliada de 750 mil unidades/ano para 1,1 milhão.
O salto se dará em função do aumento de demanda por propulsores a combustão vislumbrado pela fabricante no mercado doméstico e, principalmente, no exterior. Betim não produzirá motores apenas para abastecer a produção do Brasil e da Argentina, mas também unidades Stellantis em outros países, como Índia e Turquia, por exemplo. A fábrica, portanto, se estabelece não apenas como principal centro de produção de motores da empresa na região, mas também como uma plataforma exportadora estratégica.
A lógica por trás do planejamento da montadora é simples e já amplamente discutida na indústria. Com o desligamento de fábricas de veículos e motores a combustão na Europa, países que passarão por transições mais lentas na eletrificação vão demandar novas fontes. E a Stellantis mira este mercado consumidor além-mar. Por conta disso, a empresa investiu R$ 454 milhões na linha de motores de Betim, com recursos do ciclo de investimentos que vence em 2024. Esta linha, inclusive, está sendo modernizada com equipamentos oriundos de outras fábricas da montadora no mundo, justamente onde a produção de veículos a combustão está em phase out.
Do Automotive Business